Opinião: Parabéns Académica!

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Parabéns merecidos para a Académica OAF (Organismo Autónomo de Futebol). Parabéns para o seu treinador, parabéns para a Direcção, parabéns para os jogadores, que os parabéns são oportunos e merecidos.

O treinador João Alves chegou à equipa numa situação de descrença, quase agonia, sem esperança de vislumbrar o acesso à primeira divisão.

Ocorre-me associar João Alves à figura e comportamento de Cândido de Oliveira, cuja morte num país escandinavo continua ainda hoje a ser um mistério para mim, dado que estava ou julgava estar saudável.

Cândido de Oliveira é um dos fundadores do jornal Bola, semanal, com Ribeiro dos Reis. Era um homem ímpar.

Quero lembrar que na equipa de futebol da Académica chegaram a alinhar sete estudantes de Medicina (e dois pelo menos da minha república). Cândido de Oliveira convidou-me para ficar à frente de uma república de estudantes, na estrada da Beira, próximo e do mesmo lado do Colégio S. Teotónio. Havia apenas uma discordância que teria sido ultrapassada se não fora ter morrido: é que eu – com a experiência da república que com o Mário Torres e outros fundámos no largo da Conchada – considerava que o quarto teria que ser individual, pois, de contrário, gerava-se um mal-estar entre os que querem e têm que estudar e têm a luz acesa e entre os que querem dormir.

Coimbra e os estudantes viviam os êxitos da Académica. Hoje só pensam no Sporting, no Benfica e no Futebol Clube do Porto.

À agonia do desporto associa-se à agonia de Coimbra, agonia que atribuo à divisão patente entre a cidade e a universidade. Olhem para Aveiro e Braga, cujas universidades muito devem a Coimbra. Estão a caminhar e nós em agonia.

A solução que cheguei a defender ao Doutor António de Almeida Santos (e que até mereceu a sua concordância), quando era presidente da ACM, era o associar da experiência académica com a inovação. Almeida Santos até disse: “Não há ninguém em Coimbra que não lhe deva alguma coisa”.

A nossa académica, em 1975, foi politicamente destruída. Vingança? Porque não? Talvez…

Recordo-me que em defesa da sua continuidade, em manifestação no estádio municipal, Fialho Gouveia, da RTP, interroga-me e até transmite as imagens em que digo: “Eu sou contra toda a política da terra queimada”, que era o que estava a acontecer.

O que é que então propusemos a Almeida Santos e para o qual pedimos o seu apoio? Ainda hoje mantenho essa ideia: depois de terminar as actividades desportivas, os atletas, se não podem ser treinadores, ficam sem emprego. O Regimento de Artilharia Ligeira n.º 2 deveria ser transformado num colégio para o despertar de talentos. Não faltariam candidatos nem qualidade dos desportistas. O 2.º Grupo de Companhias de Saúde da rua da Sofia usava para o aproveitamento de talentos, para terminar o desespero dos que já não têm trabalho nem podem trabalhar.

Uns e outros, através das cognitarias de Portugal e antigos territórios do império, que englobe o ensino profissional, académico, politécnico e contexto de trabalho.

Que a Universidade de Coimbra e Politécnico abram também os braços e termine a escravatura em que o desportista é avaliado pelo valor da compra e venda.

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