Madalena Abreu
A cultura em Coimbra está envolta por um grosso manto de mistério. As questões, dúvidas e preocupações adensam-se. E o que já era motor de uma crescente inquietação, defronta-se, agora, com um cenário que poderemos descrever próximo do horror. Senão, vejamos.
Na última reunião do Executivo Camarário, quando questionamos pela 3.ª vez o Senhor Presidente da Câmara sobre o estado da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2017… mistério! É-nos dito, mais uma vez, que está uma equipa a trabalhar e que, em breve, haverá uma resposta.
Ficámos mais uma vez à espera de alguma pista, alguma informação, alguma nota de esperança. Mas nada mais foi verbalizado e o assunto parece definitivamente remetido para uma cave trancada a ‘sete chaves’, bem ao invés do que se passa com as candidaturas das cidades como Leiria ou Évora.
Esperamos que este trabalho esteja a ser laboriosamente executado pois a candidatura de Coimbra tem que ser anunciada e preparada até 2019. Sendo este trabalho imenso e exigente, oferecemo-nos para participar neste projeto. E todas as forças de Coimbra não são demais neste imenso esforço. Aliás, um dos critérios de seleção exige precisamente “a participação da população local e da sociedade civil na preparação da candidatura e na execução da ação”.
E agora surgem novas notícias alarmantes para a nossa cidade. Como iremos levar este projeto a ‘bom porto’ com os resultados anunciados pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), no Programa de Apoio Sustentado 2018-2021?! Nestes resultados provisórios quatro (!) entidades culturais fundamentais de Coimbra ficaram excluídas!
O mistério adensa-se perigosamente sobre o cenário cultural para os próximos anos. E sabemos que é com muito trabalho e verdadeiro amor pelas artes que estas pessoas poderão continuar a ‘remar’, mesmo por entre ‘mares tão revoltos! E quanto à candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2017, ficará este ‘barco’ esquecido ou ‘encalhado’ nalgum ‘porto’?!
Obviamente o PSD está muito preocupado:
• A DGArtes desqualifica e mostra desinteresse no apoio às atividades culturais da Orquestra Clássica do Centro, dos Encontros de Fotografia | Centro de Artes Visuais, da Escola da Noite e do Teatrão, sendo uma gritante injustiça com enorme repercussão cultural e educacional para Coimbra;
• Este desinvestimento corresponde ao período mais negro de apoio cultural para Coimbra, colocando em causa a sobrevivência de entidades com um património e oferta cultural de enorme valor e qualidade artística;
•Confirma-se o pior cenário quanto à preparação da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura – não só não existe qualquer esforço municipal sério numa equipa executiva profissional e competente como se penalizam as principais instituições culturais de Coimbra.
O PSD espera que seja ainda possível reverter a decisão do governo socialista, com apoio parlamentar do BE e do PCP.
