Opinião – Quais sanções quais o quê!

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José Manuel Pureza

José Manuel Pureza

Andam para aí uns alarmistas a falar de sanções da União Europeia a Portugal e que isso é um ataque contra o país. Qual quê, não vai haver nada. Não há que ter qualquer chilique. É preciso é calma, pessoal, que afinal eles nem sequer recomendaram sanções. E, se as houver, até pode muito bem ser que venham a ser de valor zero. A fazer lembrar aquilo do “é crime? – é – mas pode-se fazer? – pode – mas é crime? – é”. Tudo fogo fátuo, portanto. Por isso, toca mas é a concentrar-nos no jogo contra a França que isso é que é brio nacional. E depois regressamos ao mercado de transferências que há de estar em alta se houver justiça no mundo.
Dizem os alarmistas que se abriu um período novo na desconstrução da Europa com isto das sanções. Que está aberta a caixa de pandora da punição de Estados e que, mais grave ainda, que é uma punição seletiva. Querem-nos fazer crer que houve 22 Estados membros que foram vivendo no bem bom de não cumprir as regras e nunca foram sancionados. Como se isso fosse verdade! Regras são regras e se não se aplicarem a todos por igual ninguém nos leva a sério. Qualquer dia ainda se desculpa o défice excessivo à França por ser a França, querem ver?!… Não senhor, a União é uma organização de Estados iguais em direitos e em deveres e foi isso mesmo que nos fez querer ser país membro, foi ou não? Ou estamos lá porque alguém nos obrigou?
E depois vêm os alarmistas envenenar o debate com o argumento de que as tais de sanções, que se dizia terem como razão de ser os incumprimentos das regras pelo governo das direitas, são afinal só para pôr pressão sobre o governo do PS e sobre a maioria que o apoia só por essa maioria ser de esquerda e não seguir a fórmula da austeridade custe o que custar. Maledicentes, já se vê. Querem-nos convencer que as regras europeias são ideológicas quando aquilo não tem nada de política, é só rigor orçamental e isso não é de esquerda nem de direita é de… bem, é do que for, prontos. Se o Governo cumprir as suas obrigações não acontece nada. Razão tem aquela senhora que diz que se ainda fosse ministra não havia sanções – cá está, é tudo uma questão de competência técnica, não tem nada a ver com ideologia.
Por isso, não nos venham cá com alarmismos de sanções. Isso é tudo anti-europeismo primário. Só pode ser.

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