Opinião – Perdidos no labirinto

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Aires Antunes Diniz

Aires Antunes Diniz

Tenho andado por cidades onde os engenheiros urbanistas fizeram péssimo trabalho, e tal não era necessário, pois agora as máquinas removem terras e rochas com extrema facilidade e sem aquela penosidade que para os trabalhadores pertence ao passado.

Contudo, nas ruas recentes de muitas cidades muito foi feito de modo esteticamente desajeitado e ridiculamente penoso para automobilistas e transeuntes. Pior ainda, nada os obrigava a copiar do passado que “As ruas de Coimbra são negras; muitas são meras vielas, de costa acima quase todas, escadeadas, calçadas de pedrinhas redondas, de nenhum modo gratas aos pedestres” . Nem a repetir as batotices que fizeram com que muitos arranjos não tivessem sido executados, e só para ganhar algum dinheiro mais sem o esforço necessário.

Outras vezes, como monumento à estupidez, deixaram obras sem nexo, onde se gastaram toneladas de cimento e alcatrão que agora fazem os irritantes becos sem saída de onde saímos vociferando, furiosos ou não, conforme a nossa experiência que nos imunizou bem ou mal contra erros urbanos irritantes.

Resta-nos descobrir os caminhos que menos se pareçam com labirintos urbanos, a que se assemelham e são. Ou que menos martirizem os nossos carros, ou nos permitam um caminhar sem estortegarmos os pés ou não nos levem inopinadamente ao chão. Encontrei, contudo, uma cidade onde os mapas da cidade levam os estrangeiros a falar sem nexo, pois o fazem sem entenderem que estão bem perto do subúrbio no “centro da cidade”, onde têm o apartamento temporário, que escolheram para estar uns dias. Mas, nela todos os “nonsense” são desnecessários.

De facto, prejudicam a aprazibilidade do nosso viver,

Se sairmos duma cidade, antes de o conseguirmos, vamos encontrar dificuldades e mais dificuldades em encontrar a estrada para um qualquer novo destino.

Felizmente, viajamos muito e até demais em autoestradas cheias de portagens, esquecendo que existem terras que desconhecemos, mas cheias de histórias interessantes que nunca saberemos. Muitas vezes não encontraremos forma de ir de um lado para outro pelas estradas secundárias sem o auxílio de um GPS e quem o não tem, tem muito que se enganar ou muito que perguntar a alguém que ainda restar nessas terras em vias de ficarem desertas. E só porque alguns tomaram más decisões políticas.

Temos assim como destino imperioso corrigir os erros do passado, algo que os oportunistas de diversos matizes construíram com enganos e habilidades malandrecas.

Há que lhes dizer basta e, ainda, fazer de cada um de nós um controlador de comportamentos sociais anormais, todos assentes em políticas insensatas, que prejudicam por omissão ou ação o nosso viver no espaço geográfico em que escolhemos viver. E isso não o devemos permitir.

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