Olinda Martinho Rio

Realizou-se em Bruxelas, no passado dia 25 nov , a 4.ª Conferência da Educaide.be http://www.educaid.be/nl dedicada às questões de género na educação nos países em Desenvolvimento. Questões tais:
•Como é que podemos ir mais além em garantir às meninas e meninos acesso às escolas?
•Como podemos garantir a aprendizagem sem medo? Como podemos criar ambientes de aprendizagem seguros nas escolas?
•Como podemos envolver todos desde professores, dirigentes escolares, pais e a sociedade em geral?
•Como podemos medir a eficácia da integração da dimensão de género na educação?
Foram debatidas por especialistas em Cooperação e Desenvolvimento nomeadamente por Alexander De Croo, Vice-Primeiro-Ministro e Ministro da Cooperação para o Desenvolvimento belga que sublinhou ser a Educação importante para todos, mas especialmente para as meninas e mulheres. “Investir na educação de uma jovem diminui o seu risco de pobreza e dá-lhe uma alavancagem económica mais forte. Educar meninas também leva a menor mortalidade infantil, mortalidade materna e menor crescimento demográfico. Também torna as meninas e mulheres mais competentes e emancipadas, mais propensas a participar na vida pública e crescer confiantes para lutarem pelos seus próprios direitos “ ou Maki Hayashikawa, da UNESCO que realçou que apesar dos progressos significativos realizados desde 2000, as últimas projeções globais indicam que muitos países não vão conseguir atingir os objetivos relacionados com igualdade de género previstos no EFA – Education for All nem os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) – nomeadamente o ODM3 “promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres” – até décadas após o prazo fixado. As implicações do estado alarmante das desigualdades de género na educação terá de ser abordada com determinação nas discussões em curso sobre a agenda da educação pós-2015.
Transversalmente concluiu-se:
•A política de educação é cada vez mais vista como uma das questões mais importantes na discussão política de desenvolvimento.
•Constitui uma resposta eficaz à pobreza, vulnerabilidade e desigualdade.
•A importância dos valores na política de desenvolvimento, nomeadamente do respeito pelo equilíbrio de género e igualdade de oportunidades.
•A política de desenvolvimento da EU é muito relevante e necessária.
Como dizia no passado 10 de dezembro, em Oslo, “a rapariga que foi baleada pelo Taliban”, mas “ que lutou pelos seus direitos”, e que é agora, a mais jovem “Prémio Nobel” de sempre:
“A Educação é uma das bençãos da vida, e uma de suas necessidades. … Precisamos de fazer os nossos pais orgulhosos de nós e provar que nos podemos destacar nos nossos estudos e conseguir coisas que algumas pessoas ainda pensam que apenas os rapazes podem.”
Portugal possui um documento brilhante, atualizado em 2010, a “Estratégia da Cooperação Portuguesa para a Igualdade de Género” que devia ter maior destaque na política internacional até por sermos talvez o país mais avançado do mundo em muitas matérias de políticas de Cooperação, o que me faz sentir muito orgulhosa de ser portuguesa e de Portugal ser o meu país.