Opinião – Coimbra tem que dizer basta!

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Hélder Rodrigues

Hélder Rodrigues

1. A quem esta crónica é dirigida

Esta Crónica não é contra ninguém nem pretende apontar culpados ou inocentes! Esta crónica é apenas contra a cegueira que tem procurado por todos os meios marginalizar Coimbra e decapitá-la de forma ostensiva da sua posição de líder natural da Região Centro.

Uma marginalização que tem prejudicado a cidade, enfraquecido a Região e aumentado a polarização do País. Escrevo-o com amargura! Esta crónica pretende apontar o futuro e chamar a atenção das forças políticas (a começar pelas que representam Coimbra e a terminar no Governo Central), apelar ao sentido estratégico dos que governam a cidade, apelar à cidadania e ao poder de indignação de todos aqueles que querem uma Coimbra que honre o seu passado, como sempre o fez.

2. O prestígio enorme de Coimbra

É um facto, por todos reconhecido, que Coimbra tem um prestígio enorme quer a nível nacional quer internacional, que ultrapassa a dimensão da Região Centro e se projecta no Mundo! Se percorrermos quer Portugal de lés a lés quer os Países de Língua Portuguesa, o nome de Coimbra funciona como um nome mágico associado a beleza, conhecimento, cultura, saúde, solidariedades e afectos.

Se percorrermos o Mundo (nomeadamente os estratos de nível cultural mais elevado) o nome de Coimbra aparece logo associado à sua Universidade, amplamente reconhecida e prestigiada. Este prestígio não é de agora, nem de há alguns anos atrás! Tem sido conquistado ao longo de mais de 8 séculos de História.

1.ª Capital do Reino de Portugal, aqui nasceram quase todos os Reis da 1.ª Dinastia. A Cidade sempre esteve no epicentro dos grandes momentos da História de Portugal: quando a Independência do País esteve em perigo, na gestação dos Descobrimentos, na construção do Mundo Lusófono, na Reforma do Ensino europeu, na Crise Académica de 1969 embrião da Democracia.

Tudo isso foi compreendido, aceite, premiado e divulgado a nível Mundial pela Unesco que, distinguiu a Universidade de Coimbra como factor-chave na “formação, construção e divulgação da língua portuguesa no Mundo”! Mais palavras, para quê?

3. Coimbra tem que dizer, basta!!

Mas curiosamente , ou talvez não, de há algumas décadas para cá, tem havido um conjunto de forças políticas e económicas (a começar pelo Governo Central) que pautados por mediocridade, vistas curtas e fraco sentido de Estado, têm procurado marginalizar e espoliar Coimbra de algumas das suas mais valias, tão honrosamente conquistadas.

Com esses golpes palacianos o Governo Central tem concorrido para a bipolarização do País entre Norte e Sul, retirando a Coimbra e à Região Centro o papel de equilíbrio que sempre desempenhou e terá que voltar a desempenhar, mais cedo ou mais tarde.

Apontemos 3 exemplos:

1 ) A decisão política da ligação a Espanha ser feita pelo IP5 (A25 ) em vez do IP3 (IC3 ) foi uma primeira machadada na centralidade do País!

2 ) A localização da Sede da Região de Turismo do Centro na Região do Grande Porto é outra decisão inconcebível, que deve ser rapidamente reposta para bem de todos!

3 ) O simples facto de se estar a equacionar a possibilidade de se construir uma linha ferroviária de raiz Aveiro-Viseu-Vilar Formoso em vez de modernizar a Linha da Beira Alta é um perfeito disparate!

Para bem da Cidade, da Região Centro e do País, Coimbra, em mais um grande momento da História de Portugal, tem que se assumir como líder incontestável da Região Centro e dizer….basta!!

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