Editores de Portugal e de Espanha consideraram num encontro, em Coimbra, que a pouca visibilidade da poesia nas escolas e nas livrarias é a principal dificuldade que o universo editorial atravessa na península ibérica.
“Só 30% das livrarias querem receber livros de poesia. Os editores quase que parecem traficantes que fazem isto na clandestinidade”, constatou Fran Alonso, da editora galega Editorial Xerais, durante o encontro “Poesia e Edição”, que decorreu ao fim da tarde de terça-feira no Teatro Académico de Gil Vicente, no âmbito do programa Mostra Espanha 2013, e que reuniu poetas e editores dos dois países ibéricos.
Manuel Borrás, da editora espanhola Pre-textos, considerou que é “raro encontrar um lugar onde o livro de poesia possa habitar numa livraria”, salientando que “nada é pior do que ser-se desconhecido”. A responsabilidade de dar visibilidade ao livro terá que “ser um trabalho a três: o leitor, o editor e os livreiros”, de forma a que a poesia “perdure nas livrarias”. Os leitores “deveriam exigir lugares para a poesia”, frisou.
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