João Evangelista Ribeiro Jorge

1.São João Batista nos serve de guia.

Foi o anunciador da primeira Nova Evangelização.

Acordou a esperança do tempo novo.

Encheu de vida o deserto. Vestiu-se de roupas pobres e penitentes. Alimentou-se de gafanhotos e mel silvestre.

Pregou a penitência e a conversão.

Introduziu a prática do baptismo como compromisso novo com Deus, uma nova criação.

2.Uma Nova Evangelização sem João Batista faz pouco sentido. João era mais do que um profeta. Era uma voz que clama no deserto. Como aconteceu às antigas alianças com Deus, também a Nova Evangelização pode esvair-se se não for bem alicerçada na consciência de que precisamos de Deus para resolver as nossas crises. Como seres livres e responsáveis que somos, para o mal e para o bem, cabe-nos um papel activo na solução das nossas crises e que passa pelo reconhecimento da nossa condição de pecadores.

3.Se os sinais da Nova Evangelização não atingirem os valores genuínos do Ser humano proclamados por Cristo (humildade, pobreza, pecado, conversão e vida nova) não servirá de nada para ninguém. Os agentes da Nova Evangelização serão aqueles que em primeiro se deixarem iluminar pela mensagem de João Batista.

O próprio Jesus foi ouvinte de João, aceitou o seu compromisso baptismal e escolheu o cenário e os temas dessa primeira Evangelização para iniciar a sua apresentação ao mundo como Filho bem amado do Pai e na sua identidade com o Espirito Santo.

4.As “grandiosas manifestações da fé” (assembleias, procissões, peregrinações, Romarias, espectáculos, festejos populares) embora girem à volta de ideias ou personagens religiosas, confundem-nos quando são identificadas como sinais de Nova Evangelização. Com efeito essas manifestações vivem mais da religiosidade do passado do que do presente ou futuro.

E ao serem convocadas pedindo ás pessoas que tragam fé, fervor, entusiasmo, alegria, tornam-se festas pré-fabricadas e com claras contradições.

A Nova Evangelização não vai por aí.

5.A Nova Evangelização precisa de encontrar caminhos novos

– a conversão pessoal

– a organização de um serviço de apoio aos voluntários para a acção pessoal de evangelização

– iniciativas interactivas em rede na internet

– dinamização das paróquias e/ou arciprestados com paroquianos por opção

– o lançamento de um glossário teológico-linguístico das expressões mais necessárias à Nova Evangelização, tais como Fé, Esperança, Caridade, Adoração, Reparação, Sacrilégio, Bem Comum, etc.

– a valorização do tempo das reuniões em ordem a colher frutos das acções pastorais em comum e perder menos tempo.