Mafalda Azenha

Às vezes é difícil ver o que está à nossa frente. Ou porque “não há dinheiro” ou porque andamos tão absorvidos pelo quotidiano que não temos oportunidade para reparar no capital que temos. Se assim puder ser dito, tenho, há muito tempo, um “sonho” para a rua da República.

Apesar de não ser já a rua comercial que era há uns anos, porque infelizmente nenhuma rua de comércio tradicional o é, a verdade é que ela continua a ser a principal zona comercial e de serviços da cidade. Juntamente com as ruas adjacentes, há um sem fim de espaços, agora vazios, que podem voltar a ter vida. E existem hipóteses para todos os tipos de estabelecimentos.

Se quisermos lojas de rua, elas aí estão. Se quisermos lojas num espaço cuidado e seguro, também temos, no Edifício Fozcenter. Estacionamento também não é problema, embora fosse bom pensá-lo de outra forma. A Baixa da Figueira bem podia integrar o conceito de verdadeiro centro comercial.

Tenho esperança que alguém com mais poder pense o mesmo que eu e em conjunto com os comerciantes de hoje possa criar na Baixa da cidade uma zona de excelência coesa, que junte comércio, serviços e zonas de lazer. Infraestruras edificadas e com relevo estético para reabilitar não faltam, muito menos a beleza da paisagem envolvente. Falta, sim, é um projeto global e estratégico, numa convergência de vontades e esforços públicos e privados, que se possa começar a por isto em prática.