Vil de Matos vai perder a sua identidade e autonomia com a agregação prevista com a freguesia de Antuzede?
Com Antuzede ou com qualquer outra agregação. A partir do momento em que surge alguma coisa que retire peso à autonomia local, outras coisas que ainda temos ficam definitivamente em risco.
Qual é o sentimento dominante, entre as pessoas, sobre esta questão?
Eu acho que as pessoas ainda não sentiram bem a situação e os seus riscos, apesar de termos tentado dinamizar e mobilizar toda a gente para o processo de luta e de contestação à lei. Acho que as pessoas ainda não perceberam bem o que vai acontecer. Acho que ainda estão todos muito presos àquilo que leem nos jornais e veem na televisão.
Que consequências julga que vão fazer-se sentir?
Julgo que vai haver consequências imediatas, com falta de respostas prontas, como agora acontece. Veja, por exemplo, o que aconteceu ainda neste fim de semana, em que muitas e muitas pessoas afetadas pelo temporal vieram logo recorrer à junta. E a solução para muitos problemas foi encontrada, naturalmente, com o esforço de muitos cidadãos, mas apoiados pelos materiais e pelo pessoal da junta, que se desdobrou para acorrer a todo o lado e resolver muitas situações. Aliás, para mim, o espírito voluntário e a dinamização coletiva são fundamentais e são as grandes mais valias da autonomia local.
Esse espírito funciona, em Vil de Matos?
Muito. Ainda ontem [quarta-feira] estive a falar com uma pessoa, aqui da freguesia, no sentido de que possa vir aqui à junta, de forma gratuita, para tentar dar resposta às pessoas acerca de todas as dúvidas que estão a surgir sobre as novas regras do IMI e as consequências para as pessoas. Sim, porque a alternativa que têm é irem para o serviço de Finanças e ficar ali à espera de vez.
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