Opinião – Coimbra, uma das 70 cidades inteligentes da Europa

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Hélder Rodrigues

1. Coimbra. Cidade inteligente da Europa

Coimbra foi classificada como “uma das 70 cidades inteligentes da Europa (European smart cities)” segundo um aprofundado trabalho de investigação, iniciado em 2007, e liderado pela Universidade de Viena em parceria com as Universidades de Delft e Lubiliana, no âmbito da Comunidade Europeia. Esta classificação é da maior actualidade para a região Centro, numa altura em que se fala de reordenamento territorial. É de extrema importância para a cidade, numa altura em que está posta em cima da mesa a classificação da sua Universidade como Património Mundial da Humanidade. É de extremo valor motivacional para a sua população, que precisa de sinais claros de esperança face à crise actual que está a viver.

Coimbra foi a única cidade portuguesa a obter tal distinção e uma das quatro da Península Ibérica, e este facto tem que ser salientado se quisermos uma Coimbra e uma região Centro mais prestigiada e mais forte.

2. O que é uma cidade europeia inteligente

Segundo os critérios utilizados, “cidade inteligente” é uma cidade de media dimensão que possui em si um conjunto de factores centrados na dimensão humana e na qualidade de vida. Cidade inteligente, é uma cidade onde as pessoas gostam de viver e querem para os seus filhos e para os seus netos. Porque vêem nela a possibilidade de aliar emprego, educação, saúde, progresso, modernidade e cosmopolitismo; com cultura, relações sociais, afectos, humanidade, tranquilidade, harmonia e bem estar.

3. Os critérios utilizados na classificação

O trabalho efectuado teve como ponto de partida cerca de 1600 áreas urbanas principais da Comunidade Económica Europeia. Destas, o número inicial de áreas urbanas auditadas foi restringido a 244. Ficaram seleccionadas 128 ao introduzir o 1.º critério: a dimensão óptima. A cidade não pode ser tão pequena que lhe falte massa crítica (mínimo considerado, 100.000 pessoas) nem pode ser exageradamente grande que lhe roube proximidade (máximo 500.000 ). A aplicação do 2.º critério, a existência de uma Universidade prestigiada (excluindo assim cidades com fraca base de conhecimento), reduziu o número a 101. O 3.º critério, exclusão de cidades na órbita de grandes áreas urbanas (que lhe retiram autenticidade e autonomia), reduziu o número para 94.

Estas 94 cidades foram finalmente analisadas exaustivamente e reduzidas a 70 quando submetidas a um conjunto de critérios e factores chave: 1 ) Capital humano e social; 2 ) Qualidade de vida; 3 ) Meio ambiente e recursos naturais; 4 ) Competitividade da economia; 5 )Mobilidade e acessibilidades 6 ) Participação a nível da cidadania

Coimbra acabou, finalmente, por atingir um honroso 46.º lugar ao lado de cidades como Eindhoven, Linz, Montpellier, Innsbruck, Salzburgo, Gent, Bruges, Poitiers, Cardiff, Aberdeen, Oviedo e outras bem conhecidas.

4. Pontos fortes e pontos frágeis de Coimbra

Em próximas crónicas faremos uma breve análise dos pontos fortes de Coimbra que lhe mereceram esta honrosa classificação internacional. Pontos fortes esses que devem ser mantidos e melhorados. Mas ao mesmo tempo analisaremos os pontos considerados mais frágeis que devem ser análise de profunda reflexão estratégica.

Há que fazer desta honrosa distinção uma alavanca para colocar Coimbra no caminho do futuro. A região Centro precisa duma Coimbra forte e prestigiada. A população deve estar consciente que vive numa cidade onde vale a pena viver, mas onde há muito a fazer!

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