A Câmara Municipal de Leiria (PS) admite avançar com providências cautelares para travar as propostas de agregação de freguesias no concelho, disse à agência Lusa o presidente da autarquia.
“Sentimos que estamos perante um escândalo político. O que foi apresentado para Leiria é uma perfeita vergonha (…) e em cima da mesa está a hipótese de avançarmos com providências cautelares”, disse Raul Castro, confrontado com a proposta da Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT).
A criação da “União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes” é a agregação mais contestada, uma vez que a nova freguesia passaria a somar mais de 27 mil habitantes.
“Não se brinca com a identidade das pessoas”, frisou o presidente da Câmara de Leiria, reafirmando a convicção de que “esta lei é inconstitucional por haver discriminação negativa”.
Raul Castro admite mesmo que as próximas eleições autárquicas podem ser palco de boicotes devido à insatisfação das pessoas, caso se mantenha a atual proposta de agregações no concelho.
Por seu turno, o porta-voz do Movimento das Freguesias de Leiria e presidente da Junta de Freguesia das Cortes, disse à Lusa que “este ‘desenho’ é uma completa surpresa” e que colide com a geografia cultural dos territórios”.
A “União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes” vai criar “uma mega freguesia ingovernável”, sustentou Manuel Cruz, frisando que a proposta é “incompreensível”.
(Texto: Agência Lusa)
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