A Câmara de Leiria admitiu hoje em comunicado marcar uma nova data para tentar vender o estádio, apesar de não ter surgido qualquer interessado na hasta pública marcada para hoje de manhã.
“Apesar deste desfecho, a maioria acredita que as manifestações de interesse se mantêm e que se venham a concretizar no futuro, pelo que equaciona marcar uma nova hasta pública em data a anunciar oportunamente”, pode ler-se no documento.
De manhã, o presidente da Câmara de Leiria voltou a responsabilizar a oposição social-democrata pelo fracasso da hasta pública, lembrando a providência cautelar intentada por eleitos do PSD para travar a venda do estádio.
“Enquanto a atual maioria [PS/CDS-PP] se mostra empenhada em encontrar soluções, outros andam mais preocupados em boicotar essas propostas”, acusou Raul Castro.
O líder da oposição social-democrata na autarquia recusou qualquer responsabilidade do PSD, limitando-se a sublinhar que desde sempre os vereadores alertaram para os problemas jurídicos do caso.
José Benzinho voltou a realçar a disponibilidade da oposição em viabilizar a venda do topo Norte do estádio e lamentou “que este executivo tenha esperado dois anos para o colocar no mercado”.
O representante da Sociedade de Reabilitação Urbana Campo Pequeno marcou hoje presença na hasta pública e informou os jornalistas que apesar de não ter apresentado qualquer proposta, a empresa mantém interesse em adquirir o topo Norte – uma área inacabada do estádio – para aí implantar um centro comercial.
A crise e o receio de um imbróglio jurídico causado pela ação interposta em Tribunal por eleitos do PSD, garantiu Manuel Jacinto, foram as razões que pesaram para a não formalização de uma proposta.
O município pedia 63 milhões de euros por um lote que juntava três de quatro frações do estádio: o campo desportivo e as bancadas, o topo norte e o respetivo estacionamento.
A autarquia permitia ainda a alienação de um segundo lote avaliado em 24 milhões de euros: o topo norte (área inacabada do estádio) e o parque de estacionamento, de 450 lugares.
De fora ficava uma quarta fração destinada a reinstalar o centro associativo, um espaço de dois mil metros quadrados no topo norte.