A comissão de utentes das autoestradas A23 (Guarda – Torres Novas), A24 (Viseu – Chaves) e A25 (Aveiro – Vilar Formoso) aproveitou a abertura da Feira de São Miguel, na Covilhã, para recolher assinaturas contra a introdução de portagens naquelas vias.
Maria Carrola não tem carro nem conduz, mas foi a primeira a assinar um dos postais de protesto endereçados ao primeiro-ministro. “Quando viajar nas autoestradas, quem me levar vai ter que pagar”, disse, na feira que se realiza em Tortosendo.
Fernandes de Matos, docente de Economia na Universidade da Beira Interior e porta-voz da comissão, acrescentou que “pagam também todos os produtos que consumimos: ficará tudo mais caro”.
Não foi preciso esperar meio minuto para algumas dezenas de pessoas que se dirigiam para a feira se desviarem até às mesas onde se assinavam os postais, assim que estas foram instaladas.
A anual Feira de São Miguel, onde é tradição comer sarinha assada, é uma das mais movimentadas da região e já em 2010 a comissão de utentes tinha ali recolhido assinaturas contra as portagens.
Joaquim Amaral usa a autoestrada para se deslocar a Lisboa devido a tratamentos médicos da filha e não compreende que tenha de pagar “para circular numa estrada que não tem alternativas”.
A A23 “era o antigo IP2 e a Estrada Nacional 18 não tem condições”, destacou.
O arranque da cobrança de portagens nas ex-SCUT A23, A24 e A25 esteve previsto para abril, mas foi adiado pelo anterior Governo e o atual executivo disse a 15 de setembro que ainda “está a estudar as portagens”, mas que pretende “assegurar o princípio do utilizador-pagador”.
Este compasso de espera “não deixa a comissão de utentes descansada”, destacou o porta-voz Fernandes de Matos para justificar a ação de ontem.
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