Promessas cumpridas! E agora?

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Editorial: Eduarda Macário

A oposição cumpriu a promessa. E o primeiro-ministro também. O PEC 4 não passou no Parlamento e Sócrates demitiu-se. E agora? Vamos a eleições? O Presidente da República, que ainda não aceitou a demissão do primeiro-ministro, vai tentar convencer partidos a formarem um Governo para segurar o país? E estarão os partidos interessados em abdicar de interesses partidários e pôr o país em primeiro lugar? Vem o FMI? Como é que a Comissão Europeia – que aplaudiu e aprovou o PEC 4 vai agora reagir? As dúvidas são muitas.

Quanto às respostas, elas terão que vir o mais rápido possível. O debate de ontem foi longo e com os deputados da Nação a trocarem acusações entre si e a lavarem as mãos como Pilatos esquecendo-se que todos têm a sua quota parte de responsabilidade em toda esta situação.

Como diz o ditado popular: “tão ladrão é quem vai à vinha, como quem fica ao portão”! A oposição limitou-se a ficar ao portão fechando os olhos, numas situações, apoiando noutras. Se a solução era fazer cair o Governo, por que esperaram tanto tempo? Por que deixaram chegar o país a este estado e nada fizeram para travar as medidas que, passo a passo, estão a deixar a maioria dos portugueses sem camisa? Por que não apresentaram alternativas? Se a ideia era desgastar os cidadãos e levá-los ao desespero, venceram. E agora? Qual vai ser o preço a pagar? Os partidos da oposição estão em condições de garantir o fim dos sacrifícios pedidos nos últimos anos? Estão em condições de travar as mais diversas medidas governamentais que provocaram greves e protestos nos mais diversos setores de atividade?

Os portugueses podem estar de rastos, mas já dificilmente se deixarão embandeirar em promessas que, sabem, não há como cumprir. Mudem-se os discursos e, caso seja necessário também, substituam-se os atores principais.

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