E quem cuida? (parte II)

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Continuamos preocupados com o número crescente de pessoas idosas que vivem sem companhia. E com as crianças que passam horas a mais fora do seu ambiente familiar. E com os que, pelo meio das crianças e das pessoas mais idosas, não conseguem encontrar tempo, um estilo de vida, possibilidade, fôlego, para estarem com os seus familiares.

Portugal precisa de uma verdadeira política de família, precisa que se olhe a “fundo” para a situação de carência de cuidados que cresce em Portugal.

Implicará “tocar” em muitas áreas, mas não há nenhuma forma de não o fazer. As ligações entre as pessoas estruturam a sociedade e são essas que deverão orientar as políticas públicas de carácter social.

Por exemplo: Numa questão como a escolha da escola, devo dar primazia à opção da família? Ou subrogo a pretensão da família à rede escolar?

Outro exemplo: Numa questão como a prestação de cuidados a um idoso doente, não deverão existir mecanismos que estimem e incentivem a solidariedade inter-geracional? Não poderá passar este tipo de cuidado por um efectivo apoio domiciliário, quando possível e por um quadro de profissionais assim registados e certificados e com incentivos fiscais a quem os procura?

Um último exemplo: Na organização do trabalho das pessoas em idade activa, não será possível recorrer a modelos mais flexíveis, que libertem as pessoas durante um dia, ou uma manhã e uma tarde, de uma semana de trabalho, compensando-se o défice horário semanal nos restantes dias ou em parte deles?

Não merecerão estas ideias ser discutidas?

Para que se cuide, claro.

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