Diretora do Colégio Rainha Santa acusa ministério de trabalhar “no escuro”

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Foto Gonçalo Manuel Martins

A diretora do Colégio Rainha Santa Isabel contestou hoje as alterações ao financiamento público das escolas particulares, acusando o Ministério da Educação de “laborar no escuro e na mentira”.

“O Ministério está a laborar no escuro, na mentira, no turvo, não é um Ministério que sirva a boa-fé. Estamos aqui a ver uma falta de transparência que não é digna daqueles que se elegeram”, declarou Maria da Glória à agência Lusa.

Um estudo sobre a rede de colégios com financiamento público que o Governo encomendou à Universidade de Coimbra, coordenado pelo professor António Rochette, aponta a área urbana de Coimbra como o caso “mais paradigmático” de sobreposição da oferta pública e privada e sugere o fim de vários contratos.

A diretora do Colégio Rainha Santa salientou que a instituição não tem capacidade de resposta para a elevada procura por parte de pais e encarregados da educação da cidade.

“Nós não podemos receber nem metade daqueles que nos procuram. Não impedimos os alunos de ir para a escola estatal”, acrescentou.

Na sua opinião, “o Governo tem que se questionar” sobre estes aspetos “e não estar a travar o processo de escolas que até trabalham com qualidade”.

“Por que motivo é que temos tanta procura, havendo lugares na escola estatal?”, perguntou.

Para Maria da Glória, “o Estado só tem que pegar nos impostos dos cidadãos e pô-los ao serviço dos mesmos cidadãos”.

“Esta é a nossa ótica e por isto nos bateremos até ao fim, que fique muito claro”, advertiu.

Quanto à diminuição do número de turmas, o estudo divulgado na quarta-feira por António Rochette, em Lisboa, aponta para uma redução de 214 turmas (146 do ensino básico e 68 do ensino secundário) no total dos estabelecimentos com contrato de associação.

O número de turmas do ensino básico passaria de 1491, no ano letivo 2010-2011, para 1345, em 2011-2012.

A redução maior afetaria a região Centro, que passaria a ter 579 turmas no próximo ano letivo, contra as atuais 650.

“É provável que alguns professores tenham mesmo de deixar de trabalhar aqui”, mas “não estou muito segura disso”, disse a responsável do Colégio Rainha Santa.

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