O Tribunal de Oleiros condenou hoje a nove anos de prisão um homem por ter violado uma menina de 11 anos e abusado de outra de seis, sabendo ser portador de HIV.
Uma pena que deixou descontentes as mães das menores, que queriam que ele “ficasse lá para sempre” e se queixaram de as filhas continuarem afetadas psicologicamente.
António Jorge, de 37 anos, foi condenado a uma pena única por um crime de violação gravada, um crime de abuso sexual agravado e um crime de ofensa à integridade física na forma tentada, todos cometidos em 2009.
O tribunal não deu como provados outros dois crimes de violação de que era acusado pelo Ministério Público, nem os dois crimes de propagação de doença.
No entanto, a idade das vítimas e o facto de o condenado saber ser portador do vírus HIV foram determinantes, segundo o acórdão lido hoje, para o grau agravado dos crimes pelos quais foi condenado.
A menor violada só não contraiu a infeção “por um simples acaso”, referiu a juíza.
Paula Antunes, mãe da criança que tinha 11 anos quando foi violada, viveu com António Jorge durante cerca de um ano e agora queria que ele ficasse “preso para sempre”, referiu hoje à saída do tribunal.
A violação que o tribunal deu como provada aconteceu quando o condenado ficou sozinho em casa com a criança, enquanto a mãe levava uma outra filha a uma consulta.
“Ainda hoje a minha filha está a ser apontada, toda a gente olha para ela”, lamentou a mãe, acrescentando que a menor está sob acompanhamento psiquiátrico.
O desagrado perante a sentença é partilhado por Adelaide Pires, mãe da criança de seis anos que também foi vítima de abuso.
“Acho que nove anos é pouco: só ficava satisfeita se ele ficasse lá para sempre”, apontou, sem esconder a fúria: “Eu matava-o: eu sou mãe e a filha é minha”.