Opinião: Interesseirismos doentios

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Não me cansarei, nunca, de referir que Coimbra poderia e deveria ser a capital da região centro. Mas também sei, como todos sabemos, que lhe falta liderança.
Normalmente carisma e liderança “andam” associados. No nosso caso, nunca vi dois conceitos tão afastados!
O grande drama de Coimbra está nos seus protagonistas. Ou melhor. Nos seus para-protagonistas. Porque todos acham que o são, sem nenhum, decididamente, o ser!
Conhecemos “figuras” que nos poderiam representar. Ou seja, fazer a síntese de um pensamento comum. Um pensamento que se deveria situar nos mais variados domínios da nossa sociedade.
Só que, dialogar é difícil. Porquê? Porque não deverá existir ninguém que consiga satisfazer tantas organizações. A maior parte delas sem actividade de relevo, a não ser quando se trate de defender um disparate qualquer, ou vejam uma janela de oportunidade para se afirmar.
Os partidos políticos, os que representam uma larga maioria dos cidadãos, têm responsabilidades acrescidas. Percebemos todos que, intra-portas também se digladiam interesses que, na maior parte das vezes nada têm a ver com a necessidade da afirmação da cidade e do distrito.
São, na sua grande maioria, interesses corporativos. Interesses esses que, por efeito de poderes inexplicáveis, não conseguem sair da casca e não desejam sair do obscurantismo em que teimam em nos manter. Nos, a todos nós e até, percebe-se, até a eles próprios sem perceberem que estão também por via disso a sofrer dos mesmos males.
Há uma única formula válida; o diálogo! O diálogo, por vezes difícil mas sempre útil, serve sobretudo para aproximar pessoas e, aproximando-as, aproxima desígnios.
Sabemos, sempre que o diálogo é contagioso, há sempre alguém, por efeito de “interesseirismos” doentios, de meia dúzia, se tanto, de doentes, tenta a todo o custo desfazer em pouco tempo o que demorou a construir.
Por isso, sempre que possível, é necessário afastar quem não deseja manter o diálogo entre as partes e usa o conflito como arma. São como as ervas daninhas; são mais, mas é preciso dar-lhes o tratamento adequado!
Coimbra e o distrito precisam de muito diálogo para avançar em conjunto para um desígnio regional; não deixar que dividam o País em duas partes, necessariamente desiguais, em nome de uma descentralização que vai aprofundar desigualdades nas regiões administrativas!
Mais do que interesses pessoais ou de grupo, ou grupelho, este é o desafio que deveremos fazer aos nossos concidadãos; para que se unam em torno do que na realidade é importante e determinante para o nosso futuro e bem-estar colectivo.
Na educação, na saúde, no aprofundamento da economia social, no desenvolvimento económico, na relação direta com a política local, entre outros, Coimbra poderá ser no futuro o elo de ligação entre as regiões do País, não como dominadora, mas sobretudo como conselheira.
Mas primeiro dever-nos-emos organizar internamente, encontrar cidadãos competentes para transmitir competência ao todo nacional.
Se nos mantivermos no registo medíocre do umbigo maior do que a barriga, quando percebermos o que aconteceu…já não percebemos…aconteceu!

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