Nas eleições autárquicas de um de outubro, foi eleito de novo quem já tinha governado Coimbra durante dezasseis anos. Como o que importa é a cidade e a sua região virem a ter muito mais desenvolvimento, compete a quem preza Coimbra expressar o que entender que deverá ser feito, ajudando quem acabou de ganhar a Câmara a trabalhar de tal modo que, no futuro, venha a haver muito maior progresso. Mas irá Coimbra ter o que merece? Logo se verá o que acontece!
Embora haja quem não pense assim, Coimbra atrasou-se no caminho do desenvolvimento. Dos agentes intervenientes no processo de crescimento económico da cidade – que quando associado a vertentes sociais e culturais permite incrementar o desenvolvimento humano – nenhum tem o poder do Executivo que tomou posse há dias, para gerir a autarquia nos próximos quatro anos.
Obter um maior desenvolvimento passa por haver mais empresas que gerem novos empregos, pelo que se sugere ao Presidente que, tendo a sua anterior diplomacia económica tido tão fracos resultados, passe a receber e a escutar bem, quem pretenda investir na cidade e em toda a região.
Sugerimos também que passe a fazer o que for preciso, mas sem esperar pelo final do mandato. Com menos adjudicações diretas. Com menos burocracias. Diminuindo derramas e taxas. Consignando mais verbas para apoios sociais. Com decisões mais céleres e que atendam melhor aos interesses legítimos dos maiores empresários aos mais humildes dos munícipes. Que melhore passeios, ruas, praças e jardins. Que melhore bastante a limpeza urbana. E muito mais…
Face ao recente frenesim de obras na cidade, decerto que a Avenida Central será finalizada em breve. E como segundo o atual governo socialista, a economia cresce como nunca se viu, o metro sobre carris, que o anterior governo do PS iniciou para suspender logo depois, em breve o percorrerá, no percurso da Estação de Coimbra B aos HUC, que nem têm um simples autossilo. E já é tempo de a parte urbana, do há muito inútil ramal da Lousã, voltar a ser útil, novamente…
Sem esquecer que a Alta sonha em não ser zona de estacionamento. Que Baixa e Baixinha precisam de animação duradoura para atrair clientes a um comércio tradicional em declínio. Que só com uma renovação profunda, e muita inovação, o Mercado D. Pedro V seduzirá gente. Que os bares e esplanadas do Parque Verde serão úteis. Que toda a zona ribeirinha junto ao Estádio Universitário merece ser dignificada. Que entre a ponte-açude e Coimbra B há terrenos ermos que podem ser transformados a baixo custo em parques de estacionamento gratuitos. Que o Choupal espera há uma eternidade em voltar a ser um dos ex-libris da cidade. E logo veremos se o Coimbra inovação Parque ficará repleto, e se o prometido aeroporto internacional de Coimbra passa de projeto a obra feita, ou se foram mais umas das usuais, e impudicas, falácias eleitorais!
No urbanismo, na educação, no desporto, na cultura, e nas restantes áreas de intervenção autárquica, a Câmara deve atuar de forma a encontrar soluções que satisfaçam as necessidades das populações. E obviamente que, em democracia, qualquer Executivo Municipal deve apoiar as Juntas de Freguesias, e as demais instituições, sem atender à cor partidária de quem as dirija.
É notável haver quem administrará uma terra com os pergaminhos de Coimbra durante, pelo menos, cinco mandatos. Não é por sorte que se é eleito tantas vezes, pelo que quem o conseguiu ser tem mérito e merece reconhecimento, mesmo de quem não apreciar um estilo tão peculiar de governar a nossa cidade. Esperemos que o mandato atual seja o da consagração do Presidente da Câmara, porque Coimbra, e a sua região, têm de sair da mediania a que se acomodaram um dia!