Opinião – Movimento

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Jorge Gouveia Monteiro

Sim. Muita coisa em mudança, muita gente em transição. Em várias partes do Mundo, nesta cidade europeia onde vivemos, também. Nas últimas semanas – o que fará nas próximas ?– Coimbra tem vivido processos de mudança que fazem adivinhar tempos interessantíssimos para a nossa vida urbana. Vejamos.

Começo por mim. Aceitei candidatar-me a Presidente da nossa Câmara Municipal na lista do Movimento Cidadãos por Coimbra. Porque acho que é a melhor forma de contribuir para a mudança que todos sentimos necessária. Porque é aqui que sinto a energia transformadora de que tanto gosto. Buscando uma ainda maior ligação às associações que fazem coisas movendo pessoas, culturais, de moradores, ambientais, desportivas, de proteção de animais, auxílio e inclusão social dos mais frágeis, etc.. Sempre foi nesse registo que me senti bem, com os que fazem e não ficam à espera. Agora, integrado num Movimento aberto, vamos a isso. Fazer coisas boas, resolver problemas, criar movimento e Cidade. A participação é a hemoglobina das Cidades. Coimbra não é e não vai ficar anémica. Nas próximas semanas, com a ajuda de todos os que quiserem juntar-se ao Movimento, daremos corpo ao programa de vitória dos cidadãos sobre a decadência.

Mas, noutras áreas do pensamento político da Cidade, as movimentações são visíveis a olho nu e as águas não estão propriamente calmas. Bastaram 3 anos e meio de reposição do filme de final do século passado, para que surgissem muitos atores novos.

O eleitorado mais conservador não se sente para já muito tentado a vestir o fato oficial Jaime Ramos, reconhece-lhe valor, mas olha-se ao espelho e acha-lhe o corte demasiado liberal americano. Hesita, sente tonturas, ameaça recorrer ao médico, ex-bastonário, candidato agora, mas ainda assim médico. Bate à porta, o doutor está a estudar.

Do lado da atual maioria minoritária, o principal cimento de ligação parece ser o dinheiro que sobra no fim, porque não foi aplicado quando devia. Montes de dinheiro agora, já já, se não há obra há projeto, se não há projeto anuncia-se. Mas as fissuras do machadismo não soldaram, regressam com o regresso da “raquete de pau”. Doem aos socialistas que queriam mesmo era orgulhar-se de Coimbra, agora que até têm um Governo que podia ajudar, doem aos funcionários do Município que não supunham ter que passar outra vez por isto, doem a quem olha para os indicadores da gestão camarária e para o desastre anunciado dos SMTUC.

Deixei para o fim o que me é mais penoso. A constatação de que a CDU não fez balanço crítico à sua atuação camarária. E de que isso deixa imensamente tristes aqueles que ainda esperavam daí algo de novo, um golpe de asa, uma energia regeneradora que fizesse esquecer tão absurdo apagamento. Também deste lado, gente que não está contente e se vai mover.

Sim, Movimento.

Não, não temos que esperar mais oito anos para dar a volta.

Sim, conto consigo. Diga-me por favor o que está disposto a fazer por Coimbra.

 

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