Opinião: História

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TEOTÓNIO CAVACO

Sou dos (poucos?) que, desde os 18 anos, sempre foi votar, dos (muito poucos?) que nunca nele votou, reconhecendo, no entanto, que Mário Soares foi um dos principais construtores do Portugal contemporâneo.

No dia em que escrevo estas linhas, João Miguel Tavares pergunta por que foi tão pouca gente ao seu funeral, apesar das honras, do luto, dos altos dignitários, da cerimónia; e da overdose informativa e da conjugação político-partidária que nos governa, quer a nível nacional quer a nível local, acrescentarei eu.

E quando ainda temos na memória os funerais de Eusébio e de Amália, e o feriado “decretado” pelo Éder quando os campeões europeus chegaram a Portugal… É verdade que a nossa democracia é incapaz de produzir os seus próprios heróis políticos?

Acredito que tal tem a ver, sobretudo, primeiro com um deficit de ensino da História, em geral, e da de Portugal, em particular – a grande maioria dos jovens em idade escolar deixa de ter a disciplina de História no 9.º ano (aos 14 anos!).

Depois, e em resultado daquela, a absoluta ignorância, sobranceria, desfaçatez e impunidade com que se (des)trata (nas redes sociais e não só) as pessoas, só por que tiveram a ousadia e a coragem de se apresentarem ao sufrágio (nacional e local), afastando-se assim muitas vezes os mais capazes mas que não querem/não conseguem resistir a tal martírio pessoal e familiar.

Temos heróis? Temos! Conheçamo-los e reconheçamo-los, pela História.

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