Aprovado o orçamento em Bruxelas, diga-se, em boa verdade, e já que muitos gostam do “estribilho”, esta negociação teve uma “saída tão limpa” como a do memorando: não era exatamente o que queríamos, mas também não foi tão mau quanto o auspiciavam.
Começa agora aquilo a que eu chamo “especulação orçamental”: afinal vêm aí mais impostos, dizem uns. O ministro das Finanças também diz que este não era o cenário fiscal que preconizava.
Outros falam do que vão ganhar ou perder o Estado, as famílias, as empresas e a banca… A verdade é que qualquer exercício orçamental nasce de um processo de estimação de comportamentos futuros, de uma grande fé em acontecimentos certos e de um imenso desejo que não se verifiquem desvios ao previsto.
Mas o que mais me interessa, e é novo neste exercício orçamental, é a forma como reflecte a redistribuição do rendimento, ou seja, a verificação da diminuição das desigualdades por via das políticas públicas, na distribuição do rendimento esperado.
Sinto a mudança, sinto que existem dois R’s a começar a acontecer em 2016. Sinto, também, a necessidade da estabilidade interna, das condições internacionais da economia e da exigência no seu cumprimento. Esperemos que o incerto se torne certo!