Opinião – Mentir para confundir

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Pignatelli Queiroz

 

É fácil. Ser-se contra por convicção, mas, por estratégia, ser-se” a favor”(…). Não sei porquê, lembrou-me um célebre articulista lá do Norte (não digo a terra pois não quero alinhar no calão político), aparentemente ausente, que desancava na Igreja Católica e depois assinava… Padre, antes do nome! Claro que não tinha perdido o Sacramento que lhe fôra conferido, mas a partir da altura em que o Bispo da Diocese o “convidou” a auto-suspender-se, perdeu a legitimidade para se identificar como “padre”. Isto é, malhava na Igreja mas, para enganar o Zé, dizia-lhe que “era ela “.

Ao contrário, o Bispo das Forças Armadas, D. Januário dos Reis Torgal, ainda o é, mas nunca, como tal, teve poderes territoriais e não creio que seja por mal mas por feitio – apregoa precisamente o contrário, em certos casos, da Fé que devia correctamente defender. De facto, um bispo e ainda por cima no exercício de funções espirituais junto das Forças Armadas, não deve e não pode apelar à rebelião dos militares, mesmo rotulando-a de “pacífica”! Mais do que certo, um infiltrado, na época de terrorismo generalizado em que vivemos, dispararia uma rajada matando um círculo de pessoas à sua volta.

Prudência é uma virtude e D. Januário não pensou. Como não ponderou outras frases que disse logo aproveitadas, por quem não é Cristão. Quem são os “diabinhos negros” e quem são os “anjinhos”? A maioria dos que estão nesta Legislatura são aqueles?… Então e todos os da X, por exemplo, eram os “anjinhos”?… D. Januário estava nitidamente confuso e esquece-se dos imediatos aproveitamentos políticos e ideológicos de frases mentalmente desconexas. Ah! Por conseguinte, todos os seguidores do “senhor engenheiro parisiense”, a começar por este, eram os anjinhos? Concluindo este ponto cujo errado aproveitamento cheira mal: as palavras desconexas de D. Januário não são a voz da Igreja Católica. Quem mente, afirmando que sim, distorce para confundir. Convencidos de que todos os anjinhos não conhecem, desde há muito, tal linguagem, jacobina e laicista (não ler laica).

Fim do capítulo, mas não façam sofrer mais o senhor D. Januário, bem basta a dor de uma aposentação que está prestes mas deveria, agora, ser ele a antecipá-la: e, acima de tudo, há que não ser restritivo: não é a cor política que define “anjinhos” e “diabinhos”. Os dois e estes, infelizmente, são transversais.

 

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