Escolaridade obrigatória versus trabalho infantil

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Editorial: Dora Loureiro

Numa altura em que se avizinha o alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos, surgem alertas sobre casos de alunos que estão a abandonar a escola devido às dificuldades financeiras das famílias. Uns para ajudar os pais, outros apenas porque não têm dinheiro para estudar.

Mais mesas vazias nas salas de aulas, anulações de matrículas por questões económicas são situações que responsáveis ligados ao ensino têm detetado um pouco por todo o país. Em regra, são casos que ocorrem em famílias mono parentais ou cujos pais ficaram desempregados.

O fenómeno não é exatamente novo: em certas zonas do país, os professores lidam, desde sempre, com o abandono escolar devido ao rendimento aliciante de trabalhos sazonais. Contudo, aparentemente, começam agora a sinalizar outro tipo de situações.

A Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) admite que algumas famílias em situação limite veem nos filhos um rendimento extra, para apoiar o orçamento familiar. Mas, por enquanto, não considera generalizado o fenómeno do abandono escolar que visa apoiar a economia familiar.

Só o tempo irá permitir saber como a crise económica e o alargamento da escolaridade obrigatória irão influenciar os números do abandono da escola. Mas a reflexão e as medidas preventivas podem começar desde já. E ontem assinalou-se o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que é um verdadeiro flagelo em vários países.

Segundo a UNICEF, um milhão de crianças moçambicanas estão envolvidas em trabalho infantil, colocando, em muitos casos, a vida em risco. E para evitar este cenário, o Brasil lançou uma campanha para tirar as suas crianças da exploração do trabalho infantil.

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