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Coimbra

Tecnologia espacial aplicada na Terra criou mais de 200 empregos qualificados em Portugal

26 de setembro às 09h43
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O programa português de incubação de empresas que potencia a aplicação de tecnologia espacial na Terra faz dez anos e já contribuiu para a criação de mais de 200 empregos altamente qualificados e para 6,4 milhões de euros de faturação anual.

O Instituto Pedro Nunes (IPN), de Coimbra, coordena desde 2014 o Centro de Incubação de Empresas da Agência Espacial Europeia em Portugal (ESA BIC Portugal), tendo apoiado, ao longo de dez anos, 62 ‘startup’, numa iniciativa que tanto procura o desenvolvimento de tecnologia e conhecimento para a exploração espacial como a aplicação de tecnologia e dados usados no espaço para uso na Terra.

“São 62 ‘startup’ que receberam um apoio de três milhões de euros ao longo destes dez anos. Estas empresas, atualmente, já faturam 6,4 milhões de euros anuais, com 54% para exportação e mais de 200 empregos altamente qualificados”, disse à agência Lusa o diretor de Inovação do IPN, Jorge Pimenta.

Ao longo do processo, há empresas que acabaram por não vingar, mas o balanço é muito positivo, vincou o responsável.

O programa, apesar de ser coordenado pelo IPN, estende-se por todo o país e que conta com projetos e ‘startup’ “de norte a sul, incluindo ilhas”.

“Temos tido a felicidade de apoiar empresas que têm conseguido, com este apoio, aproveitar os contactos, o ‘know-how’ que a ESA lhes dá, e conseguirem que os seus produtos sejam percebidos como produtos com uma vantagem tecnológica”, notou, sublinhando que, ao utilizarem conhecimento utilizado na exploração espacial, estão a recorrer a “tecnologias de ponta”.

Para Jorge Pimenta, a grande missão do programa é assegurar que o conhecimento aplicado no espaço possa ter consequências e benefícios para “as pessoas no seu dia-a-dia”.

Apesar de o programa servir nos dois sentidos, é sobretudo na aplicação de tecnologia e conhecimento espacial na Terra que o ESA BIC Portugal tem crescido.

Segundo o diretor de Inovação do IPN, isso explica-se por o desenvolvimento de raiz de tecnologia para exploração espacial requerer um investimento inicial muito distinto, apesar de já haver empresas em Portugal que trabalham para missões espaciais.

“Se houver ‘startup’ para trabalhar nessa vertente, nós estamos cá para apoiá-las, agora elas não aparecem tanto porque o investimento inicial é muito maior”, aclarou.

De acordo com Jorge Pimenta, as perspetivas para o futuro “são positivas”, esperando que se mantenha uma curva de crescimento exponencial.

“Há dois objetivos. Por um lado, continuar a apoiar todos os anos novas empresas e suportar as ‘startup’ que por aqui passaram no seu crescimento”, sublinhou.

Autoria de:

Agência Lusa

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