Foi este o tema do VÊ PORTUGAL – 10º Fórum de Turismo Interno, organizado pela Entidade Regional de Turismo – Turismo Centro de Portugal (ERT-TCP), este ano realizado em Torres Vedras, de 3 a 5 de junho. Desde logo, importa referir que este é um fórum de partilha de conhecimentos, experiências e negócios que tem granjeado, a cada ano, muito sucesso junto da cadeia de valor do turismo em Portugal, dada a qualidade geral da organização e, particularmente, do tema dos painéis de discussão, oradores e moderadores/comentadores convidados, networking (nomeadamente os encontros “B2B – business to business”), animação, programa social e complementar e local dos trabalhos. Por esta edição, em que tive o gosto de participar, e por todas as edições anteriores, está de parabéns a ERT-TCP e toda a sua equipa, que personalizo neste cumprimento no seu atual presidente, Dr. Raúl Almeida, e no anterior também, Dr. Pedro Machado, atual Secretário de Estado do Turismo.
Atesta também, e muito significativamente, o interesse e a qualidade deste evento o facto do seu impacto não se cingir à região de intervenção geográfica da ERT-TCP, isto é, os 100 municípios que a compõem. Os temas e seu alcance, os oradores e sua proveniência, principalmente, são bons exemplos. Os prémios e reconhecimentos “regionais” outorgados no jantar oficial são, nesta perspetiva, um exemplo paradigmático. Este é um momento muito especial e mais uma feliz iniciativa que integra o programa deste evento, onde empresas, organizações e personalidades ligadas ao setor turístico veem o seu desempenho, os seus projetos e as suas carreiras reconhecidas por um notável júri. Sem esquecer os prémios à formação académica/investigação, elegendo a melhor tese de mestrado e a melhor tese de doutoramento, o que valoriza a produção de conhecimento científico sobre a atividade turística, que nos últimos anos evoluiu imenso no nosso país e que representa para o setor uma importante fonte de divulgação e promoção, consulta de dados e apoio à tomada de decisão para gestores, planeadores, administradores, empreendedores, entre outros. Por tudo isto, facilmente concluímos que estes prémios e reconhecimentos facilmente extravasam as fronteiras regionais da ERT-TCP, ganhando destaque também a nível nacional, pelo valor intrínseco dos projetos empresariais, dos estudos científicos e das pessoas envolvidas.
Voltando agora às “fronteiras internas” desta região turística, é ainda interessante o aspeto de que em várias perspetivas e momentos este evento é ele mesmo indutor de turismo interno – fazendo jus ao próprio nome –, quer pelos lugares que nos painéis de discussão são dados a conhecer, a que se junta a, por definição, promoção do local onde se realiza o próprio evento. Isto tem impacto nos participantes (este ano foram cerca de 500 ) e em muitas outras pessoas que ali não estiveram, mas puderam consultar informações através da cobertura mediática pela comunicação social e das publicações da organização nas redes sociais.
Exemplo prático, o momento designado no programa como “Criar em Pontes em Torres Vedras”, em que tive a oportunidade de visitar pela primeira vez as designadas Linhas de Torres, em concreto o Forte de São Vicente e o Centro de Interpretação das Linhas de Torres, que não conhecia para além dos livros de história (invasões napoleónicas do início do séc. XIX), ficando-me a vontade de voltar, agora em família, dado o interesse histórico, patrimonial e educativo daquele sítio. Ficou também a expetativa pela 11ª edição do Vê Portugal, evento sem o qual a região, também o país, insisto, já não pode passar.
Sobre o tão significativo tema “Pontes para Gerar Entendimentos”, o que o turismo pode representar, e representa, para o contacto e a amizade entre povos, a aproximação cultural, a criação e manutenção da paz, considerando ainda o contexto e conflitos geopolíticos que nos afetam atualmente, voltarei em próximo(s) artigo(s), não tivesse já a Organização Mundial do Turismo definido o tema Turismo e Paz para as comemorações do Dia Mundial do Turismo, que se assinalará em 27 de setembro próximo.

Pode ler a opinião de José Luís Marques na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS