Para sermos resistentes ao engano, convém perceber a diferença entre estes conceitos quando se fala de impacte de projectos no ambiente, ora deixem-me aborrecer-vos:

Quando usamos Mitigar referimo-nos a diminuir ou evitar os efeitos «maus» de um acto no ambiente. Pode ser mudar a forma de construção, pode ser deslocar, basicamente identificámos que parte tem um impacte negativo que queremos que não exista, pretendemos evitar ou diminuir essas consequências.

Minimizar será uma componente do anterior, de quando não se tomam acções para evitar o impacte mas apenas para diminuir a gravidade ou magnitude das suas «maléficas» consequências.

Já com Compensação referimo-nos a algo substancialmente diferente. É uma situação em que não há forma de mitigar (evitar ou minimizar) os impactes «maus» no ambiente.

Não havendo forma de evitar ou diminuir para um valor aceitável esses impactes «maus» e as suas consequências, impõe-se uma análise:

É mesmo muito mau e a coisa a estragar é mesmo muito importante?
Se a resposta for sim, é, então temos que avançar na ponderação.
A coisa a construir é indispensável ao país? sim, precisamos muito dessa coisa.
Pronto, e pode ser feita noutro lado, não?!

Na maior parte dos projectos pode, claro. Apenas em algumas grandes obras não pode deixar de ser feita nesse lugar.
É aqui (e só aqui) que surgem as medidas de compensação. Não vão diminuir impactes, vão apenas procurar substituir os valores perdidos, devendo ser na mesma área. Não se compensa a falta de areia na Leirosa com um reforço de areia em Oman.
Ora um projecto de instalação de painéis solares pode perfeitamente ser colocado onde se quiser, só depende de haver sol. Ou seja, não há a mínima razão séria, honesta, para se falar em medidas de compensação nestes casos como os painéis fotovoltaicos de Condeixa-a-Nova, prque é um projecto que pode ser feito noutro lado qualquer.

PS 1 – na próxima especularei sobre o porquê de acertarem nos sobreiros.
PS 2 – não, não houve nenhum lobo «resgatado» à extinção, é marketing apenas.