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Costa diz que colonialismo terminou há 50 anos, mas “os seus efeitos ainda não”

24 de novembro às 15 h32
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Fotografia: DR

O presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro português, António Costa, congratulou-se hoje com o fim das colónias europeias em África há 50 anos, mas realçou que “os efeitos do colonialismo ainda não terminaram”.

António Costa falava na abertura da 7.ª Cimeira União Africana–União Europeia, que hoje começou em Luanda, e evocou a ligação histórica entre Portugal e Angola, felicitando o país africano pelos 50 anos da independência, tal como Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, que também assinalam meio século de soberania em 2025, e Guiné-Bissau, que declarou a independência em 1973.

“Conheço bem o Presidente João Lourenço e o povo angolano há muitos anos e somos ambos testemunhas de que, quando a fraternidade entre os povos é forte, as nossas nações e os nossos continentes prosperam em conjunto”, afirmou, acrescentando tratar-se de um momento “particularmente simbólico” enquanto português.

“Se hoje estou aqui, foi porque precisamente a luta de libertação dos povos africanos acelerou a queda da ditadura no meu país”, disse António Costa, defendendo que sem essa transformação “Portugal não seria membro da União Europeia”.

“Há 50 anos terminaram as colónias europeias em África. Foi assim posto fim a um ciclo de 500 anos de colonialismo, cujo momento seguramente mais dramático foi o comércio de escravos”, destacou o responsável europeu, sublinhando que “as colónias terminaram, mas infelizmente os efeitos do colonialismo não terminaram”.

Por isso, incentivou europeus e africanos a trabalharem juntos “pela paz e pela prosperidade através do multilateralismo”.

Costa lembrou que a cimeira é também simbólica por assinalar o 25.º aniversário da parceria estratégica entre África e Europa, lançada na primeira cimeira, no Cairo, que pretendia conferir “uma nova dimensão estratégica” à relação entre os dois continentes para o século XXI, num espírito de igualdade, respeito e cooperação.

Para António Costa, essa ambição “foi concretizada” e existe hoje “uma verdadeira parceria de continente para continente, de povos para povos”, que envolve também a sociedade civil, parlamentos, setor privado e juventude.

Considerou a nova geração africana “um dos maiores trunfos para o futuro partilhado”, sublinhando que “investir na juventude africana não é apenas investir em África, é investir no futuro”.

Concluiu que África e Europa são atualmente “parceiros por escolha mútua, unidos por interesses comuns, prioridades e valores partilhados”.

Autoria de:

Agência Lusa

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