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Opinião: Há sempre alguém que resiste!.

28 de maio às 10 h54
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A “The Economist”, por estes dias, relatava que as cidades e municípios europeus são mais resilientes face à vaga de populismo e de extremismo que tem assolado diversos governos nacionais e parlamentos, incluindo o português. Este é um exercício interessante para ser feito, quando estamos a poucos meses de eleições autárquicas em Portugal.
O “Chega” será, assim, posto à prova. Desta vez não será apenas Ventura, nem sobretudo Ventura. São precisos muitos mais!.. Ver-se-á a respetiva capacidade organizativa e de captação de quadros. É que nas autarquias as pessoas contam.
Sendo certo que também há voto de protesto nas autarquias, a verdade é que os cidadãos conhecem muitas vezes pessoalmente os seus representantes, o que cria uma relação de maior confiança e de responsabilização direta. O espaço para discursos vagos, promessas populistas e irrealistas é bastante menor. O grau de sindicância e exigência popular é maior.
Nos municípios o foco deve estar na resolução dos problemas reais. Não há espaço para narrativas ideológicas ou para discursos polarizadores. A necessidade de cooperação entre partidos e movimentos cívicos dilui radicalismos. Por tudo isto o “Chega” tem menos tração!
Por outro lado, o nível de literacia cívica a nível local tende a ser maior, porquanto os cidadãos muitas vezes conhecem melhor os desafios e decisões locais do que as dinâmicas nacionais ou globais, tornando-os menos vulneráveis à desinformação simplista. A presença de movimentos associativos fortes também dá maiores garantias de respeito por valores fundamentais.
Finalmente, e como ficou confirmado recentemente, o populismo alimenta-se do mau jornalismo e do espetáculo mediático. Ora, em regra – pelo que temos conhecido! – nos municípios, o debate está menos mediatizado, menos sujeito a influencias algorítmicas, fazendo-se o debate ainda muito pelos canais tradicionais e comunitários.
Evidentemente, ninguém está imune e não há localidades absolutamente protegidas do caldo extremista e radical. Por isso mesmo, o melhor remédio preventivo é escolher candidatos com conhecimento das necessidades reais das pessoas; com elevado nível de proximidade e responsabilização.

Autoria de:

Ricardo Castanheira

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