Os Centros de Saúde são a base da organização do SNS em Portugal.
Temos assistido nos últimos anos a progressiva dificuldade no acesso aos cuidados de saúde personalizados prestados nessas unidades.
Apesar das várias tentativas de organização nomeadamente com a constituição das USF verifica-se que esse tipo de organização não tem facilitado o acesso dos utentes de forma eficaz.
Efetivamente embora possa ter havido uma melhoria significativa na qualidade dos cuidados prestados nem sempre isso corresponde às expectativas dos utentes.
Há toda uma série de cuidados que os cidadãos procuram ver satisfeitos no imediato e que com o tipo de organização em vigor não veem satisfeito as suas expectativas legítimas.
Uma nova Legislatura se encontra agora no seu início em que são prometidas, desde já, grandes alterações no modo de funcionamento dos cuidados de saúde em Portugal.
Esperamos que a nova organização seja orientada no sentido de satisfação dos cuidados procurados pelos cidadãos independentemente do SNS ter como objectivo a prestação de melhores cuidados a prestar pelos profissionais e pelas equipas de saúde.
A prestação destes cuidados terá possivelmente de ser melhorada com recurso às instituições privadas e ao setor social, no entanto há necessidade de manter uma relação de custos e benefícios aceitável para um país como o nosso que continua a ter vários problemas orçamentais.
Não podemos cair na ilusão de que os problemas de organização do SNS se resolvem apenas gastando mais dinheiro.
Efetivamente o grande problema do SNS estará na sua organização interna e pela organização dos serviços de forma a prestar os cuidados que os cidadãos procuram de forma racional e a custos controlados.
Esperamos que o novo governo consiga atingir os objetivos a que se propôs nomeadamente durante a campanha eleitoral sem que isso seja motivo para disparar os custos da saúde em Portugal que em muitos casos se reflete cada vez mais sobre os cidadãos que se vêm obrigados a pagar cuidados de saúde privados e a contratar seguros, muitas vezes insuficientes para a prestação dos cuidados que tem necessidade,devido a ineficiência do SNS.