Na corrida do nosso planeta contra o relógio, a Década da ONU para as Ciências do Oceano é um farol de esperança. Na próxima semana estarei em Barcelona para a Conferência da Década do Oceano 2024. Atualmente ao serviço da ciência aberta, não posso deixar de sentir um misto de otimismo e urgência sobre esta iniciativa global. Se por um lado a ciência é a única solução para os múltiplos desafios dos nossos oceanos, desde a poluição à captura de carbono, por outro, os governos nacionais parecem cada vez menos convencidos do poder de mudança da ciência. A avaliar pelo investimento e centralidade da ciência nas agendas nacionais, é preciso navegarmos muito além para acelerar o relógio da ação climática. Esta cimeira global da ciência dos oceanos que arranca na próxima semana, não é apenas uma celebração dos progressos desde 2020, mas um catalisador para a ação futura até 2030. Ao reunir governos, académicos, setor privado e ONGs, é esperado o reforço das pontes entre a ciência, a política e a sociedade, como elemento central para a aceleração da ação coletiva em prol dos nossos oceanos. Os objetivos da conferência refletem uma verdade incontornável: a solução para os problemas dos nossos oceanos reside na colaboração e inovação. Desde destacar iniciativas de alto impacto local a preparar parcerias globais para o futuro, esta Década da ONU está a estabelecer as bases para um impacto sustentável e duradouro. Vejo este encontro uma oportunidade única de partilhar conhecimento, inspirar ação e construir novas alianças. É um momento para reiterar a importância da ciência climática no desenvolvimento sustentável e no bem-estar global. Este é o momento de agir, de inovar e de (re)unir ciências por um bem maior.

Pode ler a opinião de Rui Duarte, que reside na Suíça, na edição impressa e digital do Diário As Beiras