Rui Rocha diz que “prioridades não convergiram o suficiente” entre PSD e IL

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O presidente liberal, Rui Rocha, defendeu hoje que as prioridades entre IL e PSD “não convergiram o suficiente para haver um entendimento mais alargado”, incluindo para a formação do Governo, apesar dos “pontos de contacto” e abertura nestas negociações.

Após um comunicado conjunto em que PSD e IL informaram que não avançarão “nesta altura para a celebração de entendimentos alargados”, incluindo os que dizem respeito à formação do novo Governo, Rui Rocha falou aos jornalistas à saída da sala da IL no parlamento, começando por destacar que estas negociações foram “mantidas num clima de abertura, de respeito e de boa-fé”.

“Uma regra básica sobre as posições da Iniciativa Liberal é que estão sempre em causa as ideias. (…) As prioridades não convergiram o suficiente para haver um entendimento mais alargado e isso é uma posição legítima da parte dos dois partidos”, explicou, referindo que há “prioridades diferentes” apesar de haver “pontos de contacto”.

O presidente da IL referiu que “a única porta que está realmente aberta é a da manutenção de um diálogo em temas importantes” tendo em conta uma legislatura com as configurações que existem no parlamento, considerando que isto “é uma prova de sentido de responsabilidade dos dois partidos”.

“Fomos discutindo os temas e a conclusão é comum. Fomos transparentes, apresentámos dez pontos para transformar Portugal ao longo da campanha eleitoral e dos debates e o entendimento que temos é que no parlamento temos agora melhores condições para defender esses pontos”, enfatizou.

Rui Rocha escusou-se a “entrar no pormenor do que foram estas negociações”.

“Foram transparentes entre as duas partes, mas há questões que fazem parte daquilo que deve ser mantido entre os dois partidos. Teremos nos próximos dias a apresentação de um programa de Governo e nessa altura a IL terá a oportunidade de apresentar aquilo que considera mais útil e mais proveitoso desse programa de Governo e aquilo onde diverge”, disse ainda.

Num comunicado assinado pelos presidentes do PSD, Luís Montenegro, e da IL, Rui Rocha, distribuído aos jornalistas no parlamento, os dois partidos confirmam que “nos últimos dias decorreram contactos entre as direções dos dois partidos no sentido de avaliar diferentes cenários políticos”.

PSD e IL concluíram que “o diálogo deve manter-se durante a legislatura que agora se inicia” e comprometem-se a discutir “sempre que tal se justificar” as melhores soluções em “matérias relevantes para a vida e o futuro dos portugueses”.

No domingo, no final da reunião do Conselho Nacional da IL, Rui Rocha manteve reserva sobre uma eventual participação do partido no Governo liderado por Luís Montenegro, da AD, uma hipótese que não excluiu “se fosse para mudar o país”.

Na quarta-feira, à saída da primeira de duas audiências que teve com o Presidente da República, o primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, disse ter expectativa de formar Governo com base na maioria “constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP”.

No entanto, Montenegro escusou-se a responder diretamente às perguntas da comunicação social sobre a possibilidade de a IL integrar também o executivo ou sobre a eventual apresentação de um Orçamento Retificativo.

A coligação Aliança Democrática (que juntou PSD/CDS-PP/PPM) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo em 28 de março e a posse está prevista para 02 de abril.

No novo parlamento, o PSD terá 78 deputados (mais um que na anterior legislatura), o PS também 78 (menos 42), o Chega sobe de 12 para 50 parlamentares, a IL mantém os oito deputados e o BE os cinco que já tinha, enquanto o PCP desce de seis para quatro. O Livre cresce de um para quatro e o PAN mantém a sua deputada única. O CDS-PP regressa ao parlamento com dois deputados.

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