Opinião: Mais umas eleições…

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Estamos em pleno período pré-eleitoral. Estes períodos eleitorais são muito interessantes, muito ricos e potencialmente muito dececionantes. Penso que este pode ser dos mais dececionantes e é pelo menos um daqueles períodos cujos atores políticos são menos promissores (estou a ser cauteloso com as palavras). Todos nos recordamos de ver, recentemente, o ministro que tutelava a TAP dizer, em plena comissão de inquérito, que não tinha lido o plano de reestruturação da TAP. Eu pergunto-me se os nossos atores políticos leem alguma coisa, se sabem verdadeiramente alguma coisa, ou apenas repetem o que as suas cortes de bajuladores e os grupos de interesses que os rodeiam lhes “sopram” ao ouvido e lhes exigem.
Portugal tem uma das economias mais lentas da Europa e todos os países que aderiram à UE após o fim do bloco soviético já ultrapassaram ou vão ultrapassar a economia portuguesa até 2024 com exceção da Bulgária. Mais de 40% da população está em risco de entrar numa situação de pobreza, se excluirmos os apoios do estado, e as classes médias vão empobrecendo e, na margem inferior, vão-se transferindo para esta zona de risco. Pior ainda, esta situação tende a piorar se tivermos em conta que o PIB potencial de Portugal tem um potencial de crescimento pouco superior a 1%.
Ao mesmo tempo, a Fundação Francisco Manuel dos Santos e a SEDES, produziram estudos relevantíssimos sobre a economia Portuguesa e o estudo da SEDES dá mesmo a receita para colocar Portugal a crescer acima de 3.5%. Ou seja, aparentemente, o nosso atraso e a nossa lentidão, não são uma fatalidade… são uma escolha. Quem nos governa, escolheu este caminho de empobrecimento, ou então, quem nos governa é incapaz de fazer melhor!
Assim, é legítimo que todos nos questionemos: será que Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro leram algum destes estudos? Será mesmo que leram… estudaram… investigaram… alguma coisa? E falo destes 2 candidatos (notem bem que não lhes chamo líderes) porque são os que potencialmente podem chefiar o próximo governo e porque todos os outros são irrelevantes e não acrescentam nada ao nosso cenário político. Bom, também sabemos que nada estudam.
Estou convencido que este cenário de inflação oferece ao governo uma oportunidade única para tomar medidas diferentes, estruturantes e que deem um rumo à nossa economia. Os estudos que referi, com destaque para o da SEDES, apresentam estratégias, medidas e caminhos para dar um novo fôlego à economia portuguesa. Por isso me questiono: não deveríamos exigir compromissos aos nossos candidatos? Uma clara definição de Metas?
Para quando um PIB igual à média da União Europeia?
Para quando um salário mínimo e médio iguais à média da União Europeia?
Para quando uma redução efetiva e palpável dos nossos índices de pobreza e o fim dos sem abrigo?
Estes novos candidatos têm alguma ideia para Portugal, têm alguma estratégia para o nosso país, sabem como sair desta situação pantanosa? Ou vão continuar a lutar para apenas se manterem ou manterem os seus partidos no poder?
Hoje não temos dúvidas sobre as más escolhas e sobre a incompetência com que temos sido governados. A dúvida que nos resta é saber se haverá alguém ou se teremos a lucidez de escolher quem saiba fazer bem e colocar Portugal no rumo certo.

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