Opinião – A Sputnik V e as incertezas

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Em Dezembro de 2022 no https://myacare.com/blog/comparison-of-covid-19-vaccines o médico germânico Mersad Alimoradi defendeu a sua opinião sobre vantagens da vacinação contra a covid 19 e descreveu um extenso estudo comparativo entre as diferentes vacinas. Estudou a literatura sobre as diferentes apostas, mRNA, vírus atenuado, e vírus inativado. Era tudo igual!
Nesta sequência temos a Pfizer, a Sputnik da Rússia e a Sinopharm dos Chineses. Houve dezenas de artigos do mundo científico que durante a covid 19 expressaram as vantagens da primeira e as inúmeras desvantagens das segundas apesar de serem fáceis de distribuir, não terem constrangimentos de produção, serem seguras em termos de riscos para efeitos secundários. Houve revistas científicas a colocar dados que eram refutados rapidamente por cientistas opinativos na gestão da estratégia pandémica.

Sputnik Vaccine Efficacy Data Published in Lancet Are ‘Statistically Impossible’


A vacina Sputnik ficou em Portugal associada a uma má imagem, que obviamente foi introduzida com fins comerciais e de escolha em prol das vacinas da Pfizer, da Moderna e da Astra Zeneca. O tempo veio provar o contrário e sobretudo veio demonstrar que a Sputnik V era mesmo melhor que a da Pfizer.
https://sputnikvaccine.com/newsroom/pressreleases/sputnik-v-demonstrates-strong-protection-against-omicron-variant-with-over-2-times-higher-virus-neut/
Ficam célebres os esclarecimentos do governo português para a compra de vacinas, sempre baseados na recomendação de peritos. Infelizmente os especialistas recebiam dinheiro de algumas farmacêuticas. No Brasil onde a confusão de política com saúde foi ainda maior, os especialistas derramaram litros de imprensa e televisão contra Bolsonaro por ter comprado 60% de vacinas da Sputnik, levando à recusa em as tomar de muitos brasileiros. Realidade construída por jornalismo medíocre. Bolsonaro seria mesmo vilipendiado pelo diretor da Pfizer. Houve também Trump a debitar ataques à vacina atenuada da Sputnik porque era Russa. Revistas importantes fizeram claras verificações de qualidade e de paridade em eficácia das propostas para vacinar, mas não se coibiram de lhe aplicar uma achismo de autor que empurrava para uma escolha.
https://www.nature.com/articles/s41598-021-02321-z para mim sendo este um artigo muito bem elaborado com esse fim. A realidade, vista à posteriori, encarregou-se de demonstrar que os países vacinados por Pfizer e outras mRNA não obtiveram sucessos fantásticos no resultado final da pandemia em relação aos países que escolheram e distribuíram Sputnik e sinopharm.
https://www.statista.com/statistics/1188830/sputnik-v-awareness-worldwide-by-country/
Comparar os quadros permite perceber ao fim destes anos que os resultados, quando não martelados por políticos dão surpresas substanciais e não podem ser usados para concluir enormidades. Muitas ditaduras tiveram melhores resultados que democracias e isso não permite pensar que a ditadura é uma vacina para as pandemias. https://www.worldometers.info/coronavirus/
Vale a pena começar a rever o que a instrumentalização da informação fez com que pessoas que temos por inteligentes se tenham entregado a discursos basistas, a análises de uma superficialidade anedótica e ignorante e agora sejam incapazes de rever o que então escreveram. Carecemos de perceber os resultados finais de uma crise. Nenhum dos grandes críticos da Suécia ainda bateu com a mão no peito e percebeu como a sua estratégia foi melhor que 43 países. A Suécia é um país de terceira idade e por isso é comparável connosco e o Japão. Ainda ninguém se interrogou sobre o país envelhecido que é o Japão ter tido excelentes resultados. O que importa é expurgar da saúde os discursos ideológicos, as convenções de bom senso porque a doença é como o dinheiro: fria, sem pena, sem magia, com e sem lógica, com sorte ou azar. A doença não respeita protocolos, não serve lógicas políticas e sobretudo é de um egoísmo brutal!

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