Feliz ano novo. Para os cristãos já começou um novo ano. Estamos no ano B.
Nas escolas e na academia o ano começa em setembro; no civil começa em janeiro e para os cristãos começa no advento – quatro semana antes do Natal.
A palavra advento (do latim adventus) “pode traduzir-se com ‘presença’, ‘chegada’ e “vinda”. Na linguagem do mundo antigo, era um termo técnico utilizado para indicar a chegada de um funcionário, a visita do rei ou do imperador a uma província. No entanto, podia indicar também a vinda da divindade, que sai do seu escondimento para se manifestar com poder, ou que é celebrada presente no culto. Os cristãos adotaram a palavra ‘advento’ para expressar a sua relação com Jesus Cristo: Jesus é o Rei, que entrou nesta pobre ‘província’ denominada terra para visitar todos” ( Bento XVI 28.11.2009 ).
De facto, o tempo de advento fala-nos desta chegada, desta vinda e desta aproximação. Deus faz-se humanidade; o Céu habita a terra; a eternidade toca o quotidiano…
Este tempo faz-se de espera. Custa esperar, mas sabemos que a espera é a condição necessária para preparar o coração.
Num mundo tão acelerado, esperar surge em contramão. Mas sem espera tudo a acontece à superfície, tudo acontece sem tempo para acolher bem.
O tempo de advento é como uma escola da esperança. Ensina-nos a desejar, a esperar, a viver o presente com olhos no futuro… Com a certeza de que Aquele que esperamos está a chegar.
Não é uma espera iludida, mas uma espera que já tem presença. A esperança é feita desse encontro feito semente pronto a germinar.
O pior que nos pode acontecer é andarmos desabitados nas pressas das inutilidades; ou vivermos sem pertença na arrogância de liberdade, ou pisarmos um chão feito de lamentos e de passados.
Precisamos de reaproximações, de cedências que nos humanizam, de horizontes que nos elevem.
Neste advento somos desafiados a preparar o Natal de 2023. De novo, Deus quer habitar entre nós, quer tocar as nossas vidas e acampar nos nossos corações.
Para que isso aconteça é preciso ver para além do imediato, viver para além do presente, esperar para além do já experimentado…