Agricultores do Baixo Mondego reiteram exigência de medidas para escoar milho

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A Associação Distrital de Agricultores de Coimbra (ADACO) reiterou hoje a exigência de medidas urgentes que impeçam as importações desnecessárias do milho e avança que vai expor a situação ao Governo.

Esta associação de agricultores já tinha alertado, em outubro, para a dificuldade do escoamento de milho e para o baixo preço na produção deste produto, no entanto, a situação tem vindo a agravar-se, afirma a ADACO, numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.

Os agricultores reclamam por ações que solucionem o escoamento da produção nacional, a “preços minimamente compensadores” e pede que se encontrem mecanismos nacionais e europeus, para que a partir do próximo ano, entre setembro e dezembro, altura do escoamento nacional, se façam apenas as “importações necessárias de milho, até que a produção nacional seja escoada”.

A ADACO vai enviar uma exposição ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidência da República, no sentido de terem em conta esta situação de urgência e a necessidade de tomada de medidas por quem de direito.

De acordo com a associação, o preço do milho na produção há duas semanas era de 225 euros por tonelada e atualmente o valor não ultrapassa os 220 euros.

“Há um ano era vendido a 235 euros por tonelada, ou seja, o produtor chega a perder 150 euros por tonelada de um ano para o outro”, esclarece.

Emr consequência desta situação, as unidades de compra de milho estão a recusar receber milho nacional, visto que estão a “abarrotar” deste cereal, fruto das importações, principalmente do Brasil, onde o produto é mais barato.

“Exemplo disso é a Lusiaves, maior consumidor de milho a nível nacional, que não está a comprar o milho seco nas cooperativas, abastecendo-se através de milho importado”, aponta.

Segundo os agricultores, estão semanalmente a atracar no porto de Aveiro dois barcos com milhares de toneladas deste produto importado para abastecer os industriais do milho.

“Há cerca de 8.000 toneladas de milho por escoar nos armazéns das três cooperativas agrícolas do Baixo Mondego [Montemor-o-Velho, Coimbra e Bebedouro, em Arazede]”, indica.

Relativamente às dezenas de milhares de toneladas de milho que já foi colhido, os agricultores têm de as “guardar em casa”, já que não têm para onde as levar.

Segundo a ADACO, esta situação põe em risco a colheita de milho no Baixo Mondego, que ronda uma área de cerca de 6.000 hectares.

“É escandaloso que, estando a produção nacional sem soluções de escoamento, o Governo português permita as importações como se nada de anormal se passe”, alega.

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