Grupo vocal Cupertinos entre finalistas dos Prémios Gramophone com música de Pedro de Cristo

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O agrupamento Cupertinos, dirigido por Luís Toscano, está de novo nomeado para os Prémios Gramophone, na classe de Música Antiga, de acordo com a lista de finalistas publicada hoje pela revista britânica especializada em música erudita.

Os Cupertinos estão nomeados pelo álbum “Magnificat”, que reúne obras de Pedro de Cristo, compositor da viragem do século XVI para o seguinte, do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, publicado no final de 2022 pela editora Hyperion.

“Este [álbum] é muito mais do que um programa de tesouros musicais, é também um marco para os Cupertinos”, escreve o crítico Edward Breen, justificando a nomeação do grupo dirigido pelo musicólogo e tenor Luís Toscano, que já venceu o Prémio Gramophone de Melhor Gravação de Música Antiga, em 2019, com o disco de estreia, dedicado ao compositor Manuel Cardoso.

A par dos Cupertinos está também nomeado o Marion Consort, do Reino Unido, com um álbum dedicado a motetes do compositor português Vicente Lusitano, editado pela editora escocesa Linn.

Vicente Lusitano foi o primeiro compositor negro da história da música, com obra publicada, segundo a atual investigação histórica.

Entre os finalistas ao prémio estão também os britânicos The Sixteen, de Harry Christophers, com a gravação de Salmos de William Byrd (edição Coro), e o Huelgas Ensemble, do belga Paul Van Nevel, com Missas de Poor Ludwig Daser (Deutsche Harmonia Mundi), duas formações que têm vários álbuns nas suas discografias dedicadas a compositores portugueses, de António Teixeira a Gaspar Fernandes e às raízes do fado.

Nos restantes finalistas ao Prémio Gramophone de Melhor Gravação de Música Antiga estão os Madrigais de Gesualdo, por Les Arts Florissants, dirigidos por Paul Agnew (Harmonia Mundi), e o álbum do agrupamento Doulce Mémoire, de Denis Raisin Dadre, dedicado ao compositor flamengo Josquin Desprez e seus contemporâneos (Ricercar).

“Magnificat”, que recupera obras de Pedro de Cristo, é o terceiro álbum dos Cupertinos, depois dos trabalhos dedicados a Manuel Cardoso (2019) e de Duarte Lobo (2020).

Os Cupertinos têm residência na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão. Criados em 2009, o seu repertório provém de fontes originais, consubstanciando um percurso desenvolvido na investigação, recuperação e estudo da polifonia portuguesa dos séculos XVI/XVII, trabalho que envolve em particular o diretor artístico, o tenor Luís Toscano, e o musicólogo José Abreu.

Este trabalho que já lhes permitiu apresentar cerca de três centenas de obras dos mestres da polifonia portuguesa, incluindo a estreia moderna de mais de uma centena dessas peças, de compositores como Duarte Lobo, Filipe de Magalhães, Manuel Cardoso e Pedro de Cristo.

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