Estudantes de Coimbra lamentam política do Governo que desvaloriza diplomas

Posted by
Spread the love

FOTO DR

O presidente da Associação Académica de Coimbra, João Caseiro, criticou hoje a atual política governamental, que disse estar a conduzir “à desvalorização dos diplomas, à fuga de cérebros, a salários baixos e à precariedade laboral”.

“Carreiras empobrecidas e sem progresso é o que cria um desalento geracional. Forma-se uma geração para se rotular a mesma da mais qualificada de sempre, para lhes dar um futuro de incertezas e instabilidade”, sustentou.

Na cerimónia de abertura solene das aulas do ano letivo 2023/24 da Universidade de Coimbra, que decorreu ao longo da manhã de hoje, o representante dos estudantes lamentou que 65% dos jovens em Portugal recebam menos de mil euros mensais, quando esta é “a geração mais qualificada de sempre”.

“Em relação ao ensino superior, é o que vemos: medidas curtas e avulsas. Para combater as necessidades atuais da comunidade estudantil, anunciam-se medidas que pecam pela sua visão limitada e curta temporalmente”, alegou.

Na sua intervenção, João Caseiro censurou o Programa Nacional para o Alojamento do Ensino Superior, que se tem “revelado um fracasso”.

“O Governo não cumpriu as suas próprias metas e o resultado está à vista: atualmente, no setor público, há camas para apenas cerca de 10% dos estudantes universitários deslocados. Há um ano, o primeiro-ministro prometeu que, até 2026, 15 mil novas camas seriam disponibilizadas para a comunidade estudantil e, este ano, a ministra fez exatamente a mesma promessa”, referiu.

No seu entender, “o tempo passa e a obra pública não avança”, não havendo regulação no mercado de arrendamento, gerando-se “rendas incomportáveis” para os estudantes e para as suas famílias.

“O edificado público existente vai-se degradando e caindo em desuso, ao invés de ser utilizado para habitação”, acrescentou.

De acordo com o presidente da Associação Académica de Coimbra, “o problema é profundo”, sendo Portugal “um dos países em que as universidades recebem menos apoio financeiro do Estado em toda a Europa”.

“Isto obriga as instituições a fazerem um esforço financeiro e a comercializar ao máximo os seus serviços, de forma a assegurar a sua sustentabilidade. Muitas vezes, o parente pobre desta gestão é a Ação Social Escolar”, concluiu.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.