OPinião: Estão proibidas as zonas de conforto!

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Os novos estudantes do Ensino Superior estão agora no processo de escolha da Universidade/Politécnico que melhor corresponde às suas expectativas, objetivos, oportunidades e sonhos. Irão, em 3 anos, confrontar-se com um mercado de trabalho onde é cada vez maior o esforço necessário para se manterem atualizados, sendo fundamental que todos os estudantes – não apenas os que estão já em formação superior, como principalmente, quem agora vai iniciar essa nova fase – tenham isto em mente: “faz por ti!”. Complementem as oportunidades que o Ensino Superior vos cria com a vossa estratégia para aprendizagem de novos temas que venham a ser interessantes para os vossos portfólios.
Afinal, quais são as previsões sobre as competências necessárias? Já aqui foram referidas as do “Future of Jobs”, do World Economic Forum. Só que a evolução é constante e as competências apontadas como fundamentais há pouco mais de um ano já não são as mesmas de hoje… Cada estudante tem de ter em mente que a forma como se prepara para ser um futuro profissional está muito mais dependente de si do que ele possa imaginar: como gere o seu tempo, distingue as oportunidades a aceitar, colabora em projetos, realiza voluntariado, Erasmus+ ou outras experiências internacionais, viaja, trabalha em equipa, é mentor, é atleta de alta competição, dirigente associativo, entre outras, dirá muito da sua preparação, em especial em soft skills. Mas, e as competências técnicas?
O “Top Technical Workplace Skills for 2023”, incluído no “2023 Workplace Learning Trends Report” da Udemy Business ( 2023 ), é bastante desconcertante por apontar diversas áreas que sabemos que ainda não estão a ser suficientemente trabalhadas, em especial as áreas de cloud computing”. No top 10: 1.º) Amazon web Services (AWS) Certification; 2.º) Python; 3.º) Java; 4.º) Microsoft Certification; 5.º) ASW Certified Solutions Architect; 6.º) Amazon AWS; 7.º) AWS Certified Cloud practitioner; 8.º) Excel; 9.º React; 10.º) Javascript. Diz o relatório que “as competências técnicas perdem relevância a cada 2,5 anos”, ou seja, “2 vezes mais rápido do que quaisquer competências de outro tipo”. Tom Harmer, Gestor de Recursos Humanos da Toyota, citado no relatório, refere: “se não assegurarmos que os nossos colaboradores estão a atualizar continuamente as suas competências, perderemos competitividade como organização”. Todavia, esse mindset não depende apenas da “pressão” da organização, mas da forma como os profissionais são/estão aptos a responder e alguns não conseguem realmente fazê-lo: nunca foram preparados para tal, não têm esse interesse, não gostam de desafios… O presente e o futuro do trabalho não são para quem não quer aprender…
Upskilling e reskilling: vamos (todos?) ser capazes? Estamos treinados para essa evolução contínua? A ênfase deve estar no que os stakeholders (docentes, estudantes, profissionais com ou sem experiência, empresas) terão de fazer para ultrapassar esses desafios e tal passa, na Academia, por reflexão/reformulação dos conteúdos e planos curriculares das licenciaturas para incluir novas competências técnicas, criar dinâmicas/projetos que obriguem a sair da zona de conforto promovendo a curiosidade da aprendizagem contínua. Esta não é uma tarefa a médio prazo: ela é absolutamente urgente!

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