Coldplay: notas muito positivas

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Dia de dever cumprido

José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra

O presidente da Câmara de Coimbra afirmou ontem que a passagem dos Coldplay pela cidade demonstrou que o concelho é capaz de acolher e organizar grandes eventos, considerando que os concertos foram “prova superada”.
No arranque da reunião do executivo municipal de ontem, José Manuel Silva realçou que a organização dos quatro concertos dos Coldplay (o último foi no domingo) “foi elogiada de forma generalizada”, permitindo projetar o nome de Coimbra.
“Demonstrámos que somos capazes de responder a grandes desafios e de organizar grandes e complexos eventos coincidentes no tempo”, salientou o presidente da Câmara de Coimbra, que agradeceu a todos os trabalhadores e entidades envolvidos nos eventos.
Para José Manuel Silva, “é um dia de satisfação e de dever cumprido para Coimbra”, com a cidade a encher-se “de vida, de cor e de gente”, num evento complexo, em que, só no estádio municipal, chegaram a estar a trabalhar mil pessoas em simultâneo.
“Apesar das obras do Sistema de Mobilidade do Mondego e das admiráveis, magníficas e extensas festas académicas, cerca de 50.000 pessoas entraram e saíram da cidade sem incidentes relevantes e sem grandes constrangimentos, o que é notável”, realçou o autarca, considerando que esta foi uma “prova superada para Coimbra”.
O autarca optou por dedicar grande parte da sua intervenção inicial ao último concerto dos Coldplay, no domingo, e à forma como encerrou, com a participação dos 5.ª Punkada, banda constituída por utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra.
O “fabuloso e onírico encerramento do último concerto” demonstrou “que não há sonhos impossíveis”, realçou José Manuel Silva, considerando que a participação dos 5.ª Punkada no final do concerto dos Coldplay foi um “justo reconhecimento mundial da sua já longa, invulgar e fabulosa carreira”. Com um ‘pin’ ao peito com a palavra “love” (amor) dado por Chris Martin ao autarca, José Manuel Silva realçou que o vocalista dos Coldplay “foi muito acessível e simpatiquíssimo e que, perante a explicação do significado da banda […] deu imediatamente indicação ao staff para organizarem tudo”.
“Confesso que o resultado final ultrapassou as minhas melhores expectativas”, sublinhou o autarca.

Uma vitória para Coimbra

Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro

O presidente da Turismo Centro de Portugal não tem dúvidas: os quatro dias de concertos dos Coldplay mostraram uma Coimbra que tem andado escondida. “Vivenciou-se uma união e uma dinâmica na cidade como há muito não se via e cujos efeitos, esperamos, vão perdurar para além da espuma desta semana extraordinária”.
Para Pedro Machado, o evento constituiu uma vitória para Coimbra e para a região envolvente, a vários níveis. “Durante quatro dias, Coimbra soube reinterpretar-se na sua capacidade de atração e, com os vídeos e fotos dos espetáculos a serem partilhados pelos milhões de fãs da banda, conquistou relevância internacional”, frisou.
A “velhinha Lusa Atenas” deu a conhecer uma “face moderna, mostrando “que reúne todas as condições para integrar o circuito das grandes capitais europeias dos concertos de estádio”.
“Se os concertos anteriores, dos Rolling Stones e U2, entre outros, já o tinham demonstrado, a presença dos Coldplay durante quase uma semana atualizou e reforçou este estatuto. Com um estádio localizado no centro da cidade, com oferta de bons acessos e serviços, Coimbra comprovou, de facto, ter uma extraordinária aptidão para receber grandes concertos”.
Pedro Machado não deixou de enaltecer a capacidade organizativa que ficou patente nestes dias: desde a circulação pela cidade, às entradas no estádio e à segurança, “tudo, ou quase, correu de forma exemplar”.
“É de saudar a Câmara Municipal de Coimbra, pela forma como soube acolher e interpretar o desafio de uma organização desta dimensão”, evidenciou o responsável, sem esquecer a produtora Everything is New, no seu promotor Álvaro Covões, “pela coragem, audácia e capacidade de arriscar em Coimbra”.
“Foi histórico. Pela primeira vez, uma cidade portuguesa recebeu quatro concertos de uma das maiores bandas do mundo. O facto de não ter sido Lisboa ou Porto a receber esse privilégio é um sinal de maturidade e uma bofetada de luva branca naqueles que acham que o país se resume a duas áreas metropolitanas”, notou.
Além do mais – acrescentou -, “os concertos provocaram um impacto económico claramente positivo na região. Ainda é cedo para quantificar, mas é inegável que o sucesso superou as expetativas”.

“O impacto na cidade foi extraordinário”

Álvaro Covões, fundador e diretor da promotora de espetáculos Everything Is New

Quatro concertos em cinco dias. 220 mil pessoas no Estádio Cidade de Coimbra para ver ao vivo Coldplay. Os números impressionam e colocam Coimbra no centro dos recordes de assistência. “É um marco histórico ao nível de concertos no estádio. Foi a primeira vez que um artista fez quatro datas em estádios em Portugal. É também um marco histórico, porque foi a primeira vez que uma banda teve 220 mil pessoas num concerto em nome próprio. Salvo erro, o recorde andava à volta das 120 mil pessoas nos Pink Floyd e no Ed Sheeran”, assumiu em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS o fundador e diretor da promotora Everything is New, Álvaro Covões.
A passagem da banda britânica pela cidade dos estudantes conseguiu “um feito único” e os Coldplay “saíram, obviamente, maravilhados”, confidenciou. A digressão vai ter “um impacto económico relevante” que será conhecido após um estudo promovido pela Câmara de Coimbra. “Estamos a aguardar o estudo que a Câmara de Coimbra encomendou sobre o impacto económico, no fundo para percebermos o que aconteceu”, revelou Álvaro Covões.
Para além dos artistas, também o público teve uma experiência positiva num recinto que já acolheu nomes como Rolling Stones, U2, George Michael, Madonna ou Andrea Bocelli. “O relato que nos chega da generalidade das pessoas foi que, de facto, tudo correu bem”, contou o fundador da promotora que deixou elogios ao plano de mobilidade criado pela Câmara de Coimbra. “O plano de mobilidade funcionou. Apesar da cidade estar em obras era possível chegar ao estádio com facilidade. Pela primeira vez num grande evento em Coimbra, os carros não ficaram parados na autoestrada. Quem veio teve uma boa experiência”, enalteceu.

Burlas e futuros projetos

Álvaro Covões reiterou a importância destes eventos na produção de riqueza. “Os eventos ajudam a produzir mais e a criar economia. O impacto económico na cidade obviamente foi extraordinário. Coimbra criou um paraíso para os Coldplay”, destacou.
O responsável lamentou o facto de algumas pessoas terem sido burladas na compra de ingressos. “Apanhámos várias pessoas que foram burladas e não conseguiram assistir ao concerto, porque tinham comprado bilhetes em plataformas como o Olx. As pessoas têm que ter muito cuidado, não se pode trocar bilhetes com estranhos”, relembrou.
A procura que existiu poderia dar para mais atuações. “Se existissem mais duas datas, ambas estariam cheias. Possivelmente até poderia dar para mais quatro concertos”, referiu Álvaro Covões. E porquê Coimbra? “Os Coldplay não queriam atuar no Porto, porque tinham feito lá um concerto em 2012, portanto tinha que ser noutra cidade”, contou.
A experiência adquirida com os Coldplay, juntamente com a Queima das Fitas, “um “evento gigantesco, ao nível de um grande festival”, realçou, vai trazer mais eventos para a cidade. “Com certeza que outros promotores também vão avançar [para Coimbra]”, referiu. A subida dos 5.ª Punkada, banda da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, ao palco no último concerto “não estava planeada”, mas foi “um momento muito bonito”. “Nem todos os artistas têm esta disponibilidade. É um momento marcante” referiu Álvaro Covões.

“Feedback dos clientes foi excelente”

José Madeira, presidente da Delegação de Coimbra da AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal

“Os concertos dos Coldplay foram um acontecimento fantástico para a cidade”, afirma José Madeira, presidente da Delegaçao de Coimbra da AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, que endereça os parabéns à organização do evento e faz um “balanço muito positivo” para o setor económico a que está ligado.
“Coimbra recebeu milhares de pessoas”, vindas de todo o país e do estrangeiro, que deixaram “a hotelaria lotada e os restaurantes com algumas filas de espera, sobretudo nas zonas circundantes do estádio e estacionamentos”, destacou o responsável da AHRESP.
Quanto às filas em alguns restaurantes, José Madeira frisa que se tratou de uma situação normal, que acontece quando “há uma grande afluência de pessoas, todas ao mesmo tempo”. Se a afluência de clientes “tivesse sido mais distribuída, ao longo de várias horas, não teria havido problemas nenhuns, até porque muitos restaurantes da cidade, por exemplo na zona da Baixa, não fecharam as portas entre o almoço e o jantar e estiveram sempre a servir refeições”, referiu o responsável da AHRESP para a zona Centro.

“Organização dos concertos está de parabéns”

José Madeira lembra ainda que às cerca de 200 mil pessoas que estiveram nos concertos dos Coldplay se juntou também a afluência motivada pela Queima das Fitas de Coimbra, que traz muitas famílias a visitar a cidade, e os turistas, extra concertos, que conseguiram fazer reservas para este período na cidade. Nesta altura da Queima das Fitas, a ocupação da hotelaria em Coimbra costuma rondar os 80% a 90%.
Agora, “a larga maioria dos hotéis da cidade estiveram lotados, com ocupação a 100%, e os que não esgotaram, porque uma ou outra reserva não foi confirmada à última hora, estiveram também com uma ocupação muito perto dos 100%”, referiu José Madeira. Essa situação “não aconteceu apenas com a hotelaria da zona de Coimbra, mas de vários pontos da região Centro, sobretudo da zona circulante de Coimbra, como Figueira da Foz, Leiria, Lousã, Penela, Mealhada, Luso e Condeixa”, salienta o responsável.
Por outro lado, pela sua experiência no atendimento dos clientes no Hotel Oslo, na Baixa, de que é proprietário, “o feedback dos clientes, sobre esta deslocação a Coimbra, foi excelente. Toda a organização dos concertos está de parabéns pelo trabalho excelente, pois correu tudo muito bem”, concluiu José Madeira.
“Coimbra está preparada para receber, no futuro, outros concertos e outras grandes realizações”, acredita José Madeira. Aliás, à semelhança do que já aconteceu no passado, com outros concertos importantes, designadamente os concertos dos Roling Stones, dos U2, de George Michael e de Madonna. Em Coimbra, destaca, existem bons espaços, como o Estádio Cidade de Coimbra ou também o Convento São Francisco.

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