A astrologia tem um papel primordial na cultura chinesa. Nas suas análises, para além de fazer uso de um dos mais antigos e precisos calendários lunissolares, considerando tanto os movimentos do sol quanto os da lua, as principais escolas astrológicas chinesas apresentam métodos que têm como base a relação Céu e Terra, relacionando os 5 movimentos do Qi, também conhecido como os 5 Elementos (fogo, terra, metal, água e madeira) e os seus ciclos de energia Yin e Yang.
Ao contrário da astrologia ocidental que tem como única referência o calendário solar e, consequentemente os movimentos de transladação da Terra, sendo a atribuição dos signos feita com base nos meses do ano, a astrologia chinesa faz uso do calendário lunissolar para definir o início do ano e o respectivo signo, sendo desta forma um ano inteiro regido pela energia de um único signo. Assim, e tendo em consideração a combinação de cada um dos 12 signos com os 5 elementos, serão necessários 60 anos para encerrar um ciclo (o ciclo actual teve início em 1984 ).
A somar à referida relação com o céu e energia celestial, também as estações do ano influenciam as crenças locais. De salientar o titulo de “Filho dos Céus”, atribuído ao Imperador Chinês que, dependendo da estação do ano residia no respectivo palácio, construído tendo em consideração todos os requisitos e especificidades (Palácio da Primavera, Verão, Outono e Inverno).
Sendo o calendário astrológico chinês baseado num calendário energético cíclico, é bastante comum consultar períodos do passado com as mesmas combinações de energia com o intuito de prever os melhores momentos para o sucesso da realização de determinados eventos, como a marcação de datas de casamento, registos prediais, contratos de trabalho ou até mesmo um corte de cabelo. Entre as famílias é bastante comum que seja dada atenção especial ao ano e dia de nascimento dos descendentes, pois este influencia directamente a sua personalidade e prosperidade.
É inegável a sedução que rodeia a astrologia chinesa, com crenças e tradições milenares que enfeitiçam e vencem até o maior dos céticos. Não se conhece português por cá que não saiba o seu signo chinês e que, aquando de visitas a Portugal, não esclareça a família e amigos sobre os seus signos e significados, sem conseguir esconder um certo orgulho. É caso para dizer que em terras macaenses nos tornamos crédulos por convivência.