Opinião: O “chat” de que tanto se fala

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No final de novembro, a empresa OpenAI lançou uma aplicação de Inteligência Artificial (IA) que tem vindo a criar um grande alvoroço em diversos setores da Sociedade, tornando-se na mais recente sensação (ou mesmo obsessão) da indústria tecnológica.
Denominado ChatGPT (Generative Pre-trained Transformer) este serviço de IA, dotado de uma interface simplista, é um modelo treinado com milhões de exemplos de texto que, em forma de diálogo, responde a comandos humanos em linguagem natural, produzindo todo o tipo de conteúdo num formato de “chat” com quem qualquer pessoa pode interagir e “conversar” por escrito.
Fundada no final de 2015 por uma equipa que incluía Elon Musk (Tesla, SpaceX, Twitter), a OpenAI começou como empresa sem fins lucrativos, tendo como objetivo desenvolver gratuitamente IA para a Comunidade. Em 2018, Musk abandona o projeto por alegado conflito em relação aos modelos de IA desenvolvidos pela Tesla e, no ano seguinte, surge como um dos grandes investidores a Microsoft que anunciou, entretanto, a introdução do ChatGPT no serviço Azure para empresas, com analistas a preverem também a sua integração no motor de pesquisa Bing. Talvez para desafiar a liderança da Google.
E o que se obtém no ChatGPT? O modelo tem vindo a ser alimentado por grandes quantidades de dados de texto disponíveis, sendo capaz de responder a questões, mas também de produzir textos, criar histórias, teses e mesmo código informático funcional. Talvez o céu seja mesmo o limite. E neste momento são já muitos os profissionais, de músicos a professores, cientistas ou programadores que usam esta ferramenta.
Há poucas semanas, um conhecido jornalista de tecnologia classificava o ChatGPT como uma das mais fantásticas tecnologias dos últimos 20 anos, atendendo ao seu potencial transformador. Aqui chegados, importa dizer que o interesse global foi tal que, no espaço de uma semana, atingiu o primeiro milhão de utilizadores. Por comparação, o Instagram demorou 12 semanas a atingir este número de utilizadores, o Facebook 40 e a Netflix 168.
É grátis por agora, mas os investidores acreditam que esta tecnologia se tornará numa nova forma de pesquisa na web, mas também na base de novas empresas e produtos. O facto de ser ainda grátis recorda-nos de uma frase bem conhecida dos profissionais do marketing – se não pagamos por um produto, é porque somos nós o produto. Aqui, nesta era da IA generativa, seremos provavelmente nós os dados de treino usados pela plataforma.
Será também seguramente um desafio pelo impacto que poderá ter no ensino e na investigação e por isso está no centro de algumas controvérsias. Estes desenvolvimentos têm potencial para alterar completamente a forma como se estuda, ensina e investiga. Mas será difícil resistir ou alterar esta mudança. Teremos por isso de estar atentos aos potenciais usos perversos desta tecnologia.
A encerrar, convém referir que este texto também usou informação obtida via ChatGPT.

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