Conservatório acolheu Mon(s)tra de Luthiers

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DB/Foto de Pedro Ramos

A ideia “começou pequena”, mas a primeira edição da Mon(s)tra de Luthiers, em 2019, superou logo todas as expetativas.
“O objetivo inicial limitava-se a mostrar os trabalhos dos luthiers de Coimbra e arredores, que na altura seriam apenas meia dúzia”, lembra João Paulo Castanheira, mentor da iniciativa e membro da associação de músicos e técnicos ASMUSITEC, que organiza o evento. Mas, quando deu conta, já havia inscrições de pessoas oriundas de todo o país.
A terceira edição, que decorreu durante o fim de semana, foi a primeira a sair da sede da ASMUSITEC (na Pedrulha) e, mais uma vez, foi um sucesso.
“Surgiu a oportunidade de realizar a iniciativa no Conservatório de Música de Coimbra, através de um protocolo que foi celebrado entre as duas entidades. E cá estamos, aproveitando as condições e a centralidade que este espaço permite”, referiu.
Esta edição contou com a presença de 27 construtores de instrumentos e alargou-se a outras áreas, como foi o caso dos saxofones e gaitas de foles, também para abranger a franja dos alunos do Conservatório que tocam instrumentos de sopro.
Mas a grande missão da Mon(s)tra de Luthiers é mostrar aos músicos, em primeiro lugar, mas também na público em geral, que não raras vezes “na porta ao lado, há alguém a construir instrumentos”, notou João Paulo Castanheira. “E às vezes estamos a recorrer ao estrangeiro ou lojas da especialidade – o que continua a fazer sentido, até porque estes instrumentos são, de alguma forma, dispendiosos, por serem personalizados”. Ainda assim – acrescentou –, é importante dar a conhecer essas pessoas que estão ao nosso lado e que fazem um trabalho que merece ser visto e apreciado”.
A iniciativa é promovida pela Associação de Músicos e Técnicos (ASMUSITEC), fundada oficialmente em janeiro 2015, mas cuja ideia tinha sido lançada três anos antes.
Américo Silva, presidente e um dos sócios fundadores da associação, lembrou que “a razão de existir da ASMUSITEC é profundamente social, no apoio que pretende prestar a músicos e técnicos em fim de carreira e que, por diversas razões, podem encontrar-se em situação mais vulnerável”.
“O conceito que nos fez nascer foi o conceito da Casa do Artista. Costumo dizer que não será na nossa geração que conseguiremos cumprir este nosso sonho, mas podemos lançar pelo menos a primeira pedra”, admitiu. Para já, a associação vai prestando um apoio pontual à medida da sua disponibilidade. “Às vezes, há coisas muito mínimas como ir visitar um antigo músico a um lar ou um hospital”, disse João Paulo Castanheira. “Coisas muito mínimas”, mas que fazem toda a diferença.

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