Leituras a duas vozes e uma performance com sessão de canto são as propostas de “À redescoberta de Agustina”, iniciativa que celebra os 100 anos do nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís e que é promovida pelo município de Coimbra.

De acordo com informação hoje disponibilizada à agência Lusa, a iniciativa arranca no dia 22, às 16:00, com a primeira sessão do ciclo de conversas, na Casa da Escrita, orientado pela ficcionista Isabel Rio Novo e intitulada “Os anos de formação de Agustina”.

Esta primeira sessão explora “a infância e a adolescência da escritora e o modo como as circunstâncias da vida e o seu temperamento pessoal a encaminharam para a escrita”.

A conversa será acompanhada com a leitura de excertos, protagonizada pelas atrizes Gracinda Nave e Helena Faria.

O programa de “À redescoberta de Agustina”, coproduzido pelo Município de Coimbra e pela Cultura e Risco Associação Cultural, decorre até ao final do ano, no mesmo local.

“A Câmara Municipal de Coimbra associa-se a este evento, dando continuidade à sua visão estratégica de apoio à criação de projetos de curadoria independente, bem como de promoção, de afirmação e de apoio aos agentes culturais que atuam no concelho”, afirmou, na nota, o município.

Conduzido por Isabel Rio Novo, ficcionista e doutorada em Literatura Comparada, autora da primeira grande biografia sobre Agustina Bessa-Luís, o ciclo de conversas pretende lançar um convite “para uma viagem pela vida da mais produtiva e complexa personalidade feminina da literatura portuguesa”, adiantou.

No total serão três conversas, “cada uma com a sua temática, partindo todas elas de factos biográficos e da sua relação com a obra produzida” pela escritora.

Cada sessão “será animada e ilustrada com fotografias de Isabel Rio Novo (dos locais dos livros, das casas onde Agustina viveu, de curiosidades várias), cuja exibição será particularmente interessante e reveladora”.

“Haverá lugar ainda a performances e leituras de excertos escolhidos da obra de Agustina por leitoras profissionais”.

A segunda sessão (em 19 de novembro), intitulada “Os inícios da escritora Agustina”, debruça-se “sobre os primeiros livros e as primeiras críticas até ao sucesso atingido com o lançamento de ‘A Sibila’, em 1954”.

“Esta incursão pelo mundo literário criado por Agustina conta ainda com uma performance de leitura e canto com ‘loop-station’, por Ana Celeste Ferreira”.

A última sessão do ciclo de conversas – com cerca de 90 minutos de duração cada e entrada livre – decorrerá em 03 de dezembro com o título “Agustina, amiga de escritores e artistas”.

Esta sessão propõe uma análise sobre as dinâmicas das relações de Agustina Bessa-Luís com Ferreira de Castro, José Régio, Vieira da Silva, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade e Manoel de Oliveira, entre outros, e inclui a leitura de excertos com as vozes das atrizes Paula Garcia e Sofia Lobo.

“Pretende-se, assim, estimular uma reflexão acerca da vida e obra da escritora, sem, todavia, repetir factos que já são do domínio público, procurando revelar um pouco de Agustina Bessa-Luís, pessoa/escritora para quem viver, ou dar testemunho da sua passagem, era escrever”.