Convento São Francisco poderá ter uma incubadora de criatividade

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O Convento São Francisco poderá vir a ter uma espécie de “incubadora de criatividade”, afirmou hoje o diretor do Departamento de Cultura da Câmara, que salientou que aquele espaço terá também uma programação mais assente em coproduções.

Em entrevista à agência Lusa, Paulo Pires, que assumiu recentemente as funções de diretor do Departamento de Cultura da Câmara de Coimbra, afirmou que o Convento São Francisco (CSF), em que estará responsável pela programação, terá de ter “projetos-âncora” associados àquele espaço municipal.

“Esses projetos poderão passar por uma estrutura profissional, como poderão passar por uma outra área, que é um centro de formação não convencional ligado à criatividade. Essa questão – uma espécie de incubadora de criatividade – está em cima da mesa”, referiu.

Sobre a intenção de criar uma incubadora, Paulo Pires esclareceu que o espaço deverá ser trabalhado em articulação com a Universidade de Coimbra, mas nunca numa vertente de “modelos formativos convencionais”.

Questionado sobre em que área poderá estar associada uma estrutura artística profissional, Paulo Pires escusou-se a avançar com uma resposta.

O novo diretor do Departamento de Cultura aclarou que as mudanças para aquele espaço estarão já visíveis no próximo ano, perspetivando-se a apresentação do primeiro semestre de 2023 ainda no início de novembro.

“A programação vai ser reconfigurada a vários níveis. Vai haver um ajustamento no volume de programação, com menos, mas com uma identidade e diferenciação maior. Teremos menos programação que chega cá já finalizada, e mais coproduções, encomendas, espetáculos especiais e coisas que vêm de fora, mas que têm um caráter mais exclusivo. Vamos ter muitas estreias nacionais em Coimbra”, realçou.

Segundo Paulo Pires, em 2023, “o eixo Coimbra-Brasil vai ser transversal à programação”, com uma série de “concertos de topo, que trabalham esse eixo e que juntam músicos portugueses e brasileiros”.

Para o novo programador do CSF, dos oito concertos associados ao Brasil, espera que “30% do investimento venha do mecenato”, considerando que é necessário trabalhar mais “a captação de patrocínios e apoios”.

Ainda sobre aquele espaço cultural municipal, Paulo Pires assumiu a intenção de candidatar o Convento São Francisco em 2023 à Rede Nacional de Teatros, para um apoio ao patamar máximo (200 mil euros).

Em declarações à Lusa, o responsável referiu ainda que a Câmara de Coimbra está a criar grupos de trabalho em diversas áreas, como a arte contemporânea ou a música independente.

Outro “think tank” que deverá ser criado será na dança, “área que precisa de muita alavancagem em Coimbra”, constatou.

Descartada que está a deslocalização da companhia Paulo Ribeiro de Viseu para Coimbra, Paulo Pires apontou para o festival Abril Dança em Coimbra como um momento de “’kick off’ [pontapé de saída] para medidas de fundo, para projetos-âncora no território, dos quais uma estrutura profissional de dança poderá ser um deles”.

Paulo Pires assumiu a chefia de Divisão de Cultura e Turismo em junho, tendo sido nomeado diretor do Departamento de Cultura, no início de outubro.

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