Centro de inovação BLC3 ajuda a fixar “massa crítica” em Oliveira do Hospital

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O campus de tecnologia e inovação BLC3 tem a trabalhar diariamente uma média de 120 especialistas em bioeconomia e economia circular, contribuindo para a fixação de massa crítica num concelho de interior, como é Oliveira do Hospital.

“Atualmente, temos no Campus uma média diária de 100 a 120 jovens, o que é um largo contributo na fixação de massa crítica e criação de emprego num concelho de interior. Tem também impacto em termos socioeconómicos, especialmente no mercado imobiliário”, apontou o presidente da BLC3, João Nunes.

Com sede em Oliveira do Hospital, um concelho do distrito de Coimbra com menos de 20 mil habitantes, a associação BLC3 iniciou atividade em setembro de 2011, destacando-se atualmente nas áreas da bioeconomia e economia circular.

“Em consequência do dinamismo que estamos a criar, Oliveira do Hospital é um ponto de referência a nível nacional e também internacional na área da bioeconomia e economia circular. Ao falar-se em bioeconomia e economia circular fala-se sempre em interior e em Oliveira do Hospital graças às dinâmicas todas que estão a passar por cá”, acrescentou.

De acordo com João Nunes, que tem formação de base em engenharia mecânica e doutoramento em Biociências, a BLC3 tem o mérito de colocar o interior a liderar o desenvolvimento da bioeconomia e da economia circular.

“Nos últimos dois anos, construiu-se o laboratório colaborativo – o CECOLAB, que criou 40 postos de trabalho e está a liderar processos internacionais na área da economia circular, em termos de dinamização, cooperação, redes e contacto”, frisou.

Exemplo desta liderança do CECOLAB é uma agenda internacional de ciência e conhecimento para a economia circular, onde participam mais de 60 cientistas de 40 países.

“O CECOLAB lidera também uma parceria entre África, América Latina e Europa, para criar pontos de ligação no contexto da economia circular. Em fase de arranque está também, ainda em termos internacionais, uma cooperação mais ao sul da Europa na área da bioeconomia, liderada pelo CECOLAB”, exemplificou.

Lidera ainda um outro trabalho relevante, no setor da olivicultura, com o Comité Internacional do Azeite (Madrid), tendo em conta as questões ambientais, resíduos e valorização do produto, onde “ainda muito por fazer”.

Ao todo, o CECOLAB representa um plano de investimento de mais de cinco milhões de euros, ao longo de cinco anos, resultado da captação de investimento público e privado.

À agência Lusa, João Nunes referiu ainda que a BLC3 está a criar também uma rede com o sul da Europa, devido às características muito similares com Portugal, em termos de questões de alterações climáticas e fitossanitárias, bem como problemas socioeconómicos e matriz empresarial.

“A questão da seca é um problema em que temos de nos focar, criando rede com quem tenha os mesmos problemas. O norte da Europa não vai querer estar a desenvolver soluções ao nível da eficiência da água, sendo esta uma preocupação mais nossa”, justificou.

Outra vertente importante da BLC3 é o apoio à dinamização e fixação de cursos de ensino superior no interior.

“Ao longo do percurso, a BLC3 criou uma unidade de investigação, que já foi acreditada e avaliada internacionalmente e está entre as melhores em termos de classificação, permitindo unidades de investigação de excelência nesta região do interior. Permite ser também uma oportunidade para instituições do ensino superior poderem abrir novos cursos e formação”, sustentou.

No seu entender, fazer crescer o ensino superior e a academia no interior “é um grande fator de desenvolvimento”, tendo já sido criados três cursos na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Coimbra, localizada em Oliveira do Hospital.

“Havendo mais cursos, há mais jovens a fixarem-se, investimento no imobiliário e mais atividade socioeconómica na região. São áreas estratégicas, nas quais já criámos condições, mas ainda temos capacidade para ajudar a fazer crescer”, alegou.

Para finalizar, João Nunes destacou que o último ano e meio foi “menos positivo em termos de industrialização”, por causa da covid-19.

“As dinâmicas são complicadas com trabalho à distância, no que toca a fazer processos de industrialização. Já gostaríamos de estar noutra fase, mas a covid-19 criou uma janela temporal”, concluiu.

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