Opinião – Mil milhões é caroço do graúdo!

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Não será despiciendo abordar hoje – véspera das famílias celebrarem o Natal – os efeitos negativos da obesidade.
Há exactamente 7 anos, abordei este tema em seminário a pedido de uma professora, de uma psicóloga e de uma nutricionista.
Nessa altura, como hoje, o tema, a obesidade infantil, era objecto de uma tentativa de estudo, dado que já apresentava sinais preocupantes de saúde pública.
Hoje, passado esse tempo e que não é pouco, percebemos que absolutamente nada foi feito, em e num qualquer domínio.
Ficámos a saber que, aos dias de hoje e relativo à saúde, gastam-se por ano mil milhões de euros. Coisa pouca como se percebe, já que todos temos a noção do significado de tamanha verba e o que com ela se poderia fazer ao serviço dos cidadãos.
É uma enormidade, uma incompetência assumida e militante, tanto que, da esquerda à direita, ou vice-versa, nunca ninguém quis saber deste drama.
Todos percebemos que o combate eficaz a esta desgraça social, como a tantas outras, colide com interesses instalados seja de profissões como de interesses económicas.
No entanto, parece-me, só me parece, que poderia existir alguma vergonha do estado a que o país chegou, nesta, como em muitas outras matérias.
Defendi, minto, defendemos durante alguns anos, curiosos e especialistas, que seria uma determinante da saúde pública atacar as causas para não sofrermos consequências. Ora, como nada foi feito, aí temos hoje a verba astronómica que somos todos a pagar, mais uns do que outros, porque a alguns “tanto se lhes dá como se lhes deu”!
Defendem os especialistas que a prática desportiva – alguns dirão, lá vem o gajo outra vez com esta treta – seria uma boa conquista para dar combate ao sedentarismo.
Os jovens passam muito mais tempo com os professores na escola e com os treinadores nos clubes do que com as famílias.
Este é um axioma porque não carece de demonstração!
Assim sendo, será a estes que mais competirá a informação e comunicação, do que a ministérios alavancados em secretárias e secretarias centrais e centralistas, as quais não fazem a mínima ideia do que se passa no todo nacional.
Mas para tal, é preciso descentralizar competências, seja para federações desportivas como para associações distritais e regionais, entidades muito mais próximas dos jovens, cidadão comum e outras instituições!
O drama centra-se exactamente no que devem ser os primeiros passos para a regionalização de Portugal, que é combatido por um centralismo retrógado e até reacionário.
Insistir em dar liberdade às instituições para pensar é determinante. Claro que para tal acontecer, é absolutamente necessário fazer compensações financeiras. E é aqui que reside a maior oposição dos que entendem que devem manter as instituições com o garrote bem apertado.
Liberdade para decidir deverá ser sempre acompanhada de autonomia financeira.
Ora, se assim fosse, os cidadãos, hoje, passados estes 7 anos, teriam como seu benefício os seus impostos serem aplicados em coisas mais úteis e recomendáveis.
Seria uma perfeita estupidez, hoje, dizer aos portugueses que nesta quadra fizessem contenção.
Comam, bebam, “encabrem-se” à força toda, porque há mais vida para além do Natal.
Mas a seguir…tenham juízo! Porque mil milhões é caroço do graúdo…e alguém “anda a mamar à grande”!

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