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Referência a nível nacional e internacional, o Centro de Cirurgia Cardiotorácica (CCT) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está em risco de perder a capacidade de formar internos de cirurgia torácica.
Após uma denúncia ao Sindicato Independente dos Médicos, o centro será alvo, durante esta semana, de uma visita de uma comissão da Ordem dos Médicos que irá avaliar quais são as condições que o serviço tem para continuar, ou não, o seu trabalho de formação.
Em causa está a carência de especialistas naquele serviço dedicados à prática de cirurgia torácica, especialmente cirurgia torácica oncológica. Dos três elementos alocados à equipa de cirurgia torácica, um dos especialistas já está reformado (e com possível saída a curto prazo), cumprindo 20 horas semanais; um tem atividade preferencial na cirurgia cardíaca também por um período de 20 horas; e um outro elemento está neste momento ausente do serviço por baixa prolongada.
Acontece que este especialista é orientador dos três internos de formação especializada (que se encontram atualmente no 4.º, 3.º e 2.º ano de especialidade) e, por estar de baixa, não exerce as funções de orientador dos internos desde outubro de 2020.
Fonte do sindicato diz que o serviço está praticamente em “autogestão”, sendo a situação “insustentável”, na medida em que estarão a ser realizados atos médicos que não deveriam ser feitos por especialistas em formação, o que pode comprometer a capacidade assistencial aos doentes.
De referir que, depois da visita do colégio de especialidade que ocorrerá esta semana, haverá uma outra audição para averiguar as condições assistenciais do serviço.
Caso seja suspensa a idoneidade formativa, os internos terão de ser realocados noutros serviços e é suspenso o internato no CCT.
Situação arrasta-se há dois anos
A carência de especialistas não é nova, tendo sido sinalizada, há cerca de dois anos, à direção de serviço, à direção clínica do CHUC e à Ordem dos Médicos.
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