OE2021: Governo quer assegurar serviços públicos em unidades móveis nos territórios do interior

Posted by
Spread the love

O Governo pretende que cada Comunidade Intermunicipal (CIM) do interior tenha, até final de 2023, um espaço de cidadão móvel, uma unidade móvel de saúde e um projeto de transporte a pedido, avançou hoje a ministra da Coesão Territorial.

“Temos consciência de que não é possível ter um hospital, um centro de saúde, uma loja do cidadão, uma repartição de finanças em cada aldeia, mas estes serviços são indispensáveis à população”, afirmou Ana Abrunhosa.

Numa audição na Assembleia da República, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), a governante adiantou que já existem 25 unidades movéis de saúde, resultado de investimento a nível intermunicipal no valor de 1,4 milhões de euros.

“Temos de ter a ambição de alargar estes projetos a todo o território nacional, mas com prioridade para os territórios do interior”, reforçou.

Neste âmbito, o objetivo do Governo é que em cada CIM do interior do país haja um espaço de cidadão móvel, como já existe em Trás-os-Montes, um projeto de transporte a pedido, como já acontece na CIM do Médio Tejo, e “um projeto de unidades movéis de saúde que assegurem um serviço mais próximo e personalizado, a possibilidade de o cidadão ter uma consulta sem sair de casa”.

A ministra da Coesão Territorial disse que essas três áreas vão ser trabalhadas “até final de 2023”.

Questionada pelo deputado do CDS-PP João Gonçalves Pereira sobre o calendário previsto, Ana Abrunhosa assumiu o compromisso de alcançar o objetivo, referindo que o trabalho entre ministérios já está em curso e “a intenção é, pelo menos, em 2021 ter os projetos desenhados e concebidos com as CIM”, para depois serem apoiados com fundos europeus.

“Não podemos multiplicar equipamentos na área da saúde, contudo não podemos ignorar que ainda há carências de equipamentos e que podemos apoiar com fundos europeus regionais. Até ao momento, na área da saúde, no âmbito das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), temos apoiado um investimento de 320 milhões de euros”, revelou a titular da pasta da Coesão Territorial.

Dos investimentos aprovados na área da saúde, “alguns vão iniciar-se nas próximas semanas”, nomeadamente no Hospital de Chaves e no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, indicou a governante.

Outro dos investimentos que devem ser apoiados com fundos europeus são no Hospital Central do Alentejo, em Évora, em que a obra “será muito em breve adjudicada”, no Hospital Sousa Martins, na Guarda, em que está quase finalizado o concurso para os projetos, e no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, em que existe já o programa preliminar para requalificação e aplicação do hospital.

“Só nestes três hospitais estamos a falar de um investimento de 350 milhões de euros essenciais para o país”, expôs a ministra da Coesão Territorial.

Sobre a valorização dos territórios do interior do país, Ana Abrunhosa reforçou que o desafio continua a estar na agenda política, defendo que “tem de ser uma missão nacional para ter um Portugal inteiro”.

“Não tenhamos dúvidas, o interior que existe, apesar de sermos um país pequeno, é a solução para muitos dos problemas das áreas congestionadas, para os riscos das alterações climáticas e das crises sanitárias que se fazem sentir de forma mais expressiva”, declarou a governante, reiterando que é preciso continuar o caminho de dotar estes territórios de serviços públicos essenciais ao bem-estar das populações, assim como das infraestruturas de banda larga que caso não sejam asseguradas colocarão em risco a provisão de serviços de forma mais próxima do cidadão.

De acordo com a ministra da Coesão Territorial, o Governo está comprometido em garantir uma cobertura de banda larga fixa e móvel generalizada em todo o país, pelo que “não pode e não vai deixar os territórios do interior para trás”, ainda mais quando se caminha hoje para “telesaúde, teletrabalho, teleserviços, ensino à distância, portanto estas infraestruturas são absolutamente essenciais para que as pessoas possam viver e trabalhar para estes territórios”.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.